Agronegócio

Emater vê aumento de 20% no plantio de trigo no Rio Grande do Sul

16 jun 2020, 15:29 - atualizado em 16 jun 2020, 16:53
Trigo
A produtividade média foi estimada em 2,39 toneladas por hectare, baseada em linha de tendência (Imagem: REUTERS/Ilya Naymushin)

O plantio de trigo do Rio Grande do Sul deverá crescer 20,3% em 2020 ante 2019, para 915,7 mil hectares, estimou nesta terça-feira a Emater/RS, considerando bons preços pagos pelo cereal.

Já a projeção preliminar de produção do Estado, o segundo produtor brasileiro do cereal, indica leve recuo em relação à safra passada devido a produtividades menores previstas para este ano.

A produtividade média da cultura que está ainda sendo semeada foi estimada em 2,39 toneladas por hectare, baseada em linha de tendência histórica, o que resultaria em colheita de 2,19 milhões de toneladas, queda de 2,14% ante 2019.

Na última safra, a produtividade média do cereal alcançou 2,95 toneladas por hectare no Rio Grande do Sul, conforme dados da Emater/RS.

“A linha de tendência (de produtividade) é somente um ponto de partida. São apenas referências para termos um início de diálogo, pois se observarmos o que a tendência climática indica, são boas perspectivas”, disse em videoconferência o diretor técnico da Emater/RS, Alencar Rugeri, ao admitir que podem vir revisões positivas para produtividade e produção de trigo.

Do ponto de vista climático, ele afirmou que a estiagem ocorrida no Estado durante o verão teve impactos que se estenderam até meados do outono, mas não tendem a afetar as culturas de inverno.

“Será uma safra bem plantada… desde que o produtor use todas as ferramentas tecnológicas necessárias. A atividade deixa de lado os agricultores que não usam (tecnologia)”, acrescentou Rugeri.

Também em videoconferência, o meteorologista da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Estado, Flávio Varone, disse que estão previstas chuvas dentro da normalidade nas lavouras gaúchas entre junho e agosto, associadas a passagens mais frequentes de frentes frias –o que favorece o desenvolvimento do cereal.

Já a previsão para a primavera, quando ocorre a colheita de trigo no Brasil, aponta para o resfriamento das temperaturas do Oceano Pacífico Equatorial, o que significa uma possível formação de La Niña de fraca intensidade.

“Modelos climáticos indicam… maior probabilidade de um período seco durante o mês de outubro e temperaturas mínimas menores, com noites e madrugadas frias até meados de novembro”, afirmou o especialista, o que também é benéfico para os trabalhos de colheita da cultura.