Emater revisa safras do RS por seca e vê queda de 43,8% na soja e 55% no milho
A safra de soja do Rio Grande do Sul deverá somar 11,2 milhões de toneladas, ante 19,9 milhões na previsão inicial, uma queda de 43,8%, estimou a Emater no final de semana, ao apontar mais perdas pela seca no Estado que tradicionalmente é um dos maiores produtores da oleaginosa no Brasil.
Considerando o valor do produto que deixou de ser colhido, o órgão de assistência técnica ligado ao governo gaúcho aponta perdas na soja de 27,8 bilhões de reais na temporada 2021/22.
“O cultivo de soja continua sendo impactado pelos efeitos da estiagem, a maioria dos cultivos apresenta plantas com porte reduzido, com encurtamento dos entrenós, perda de folhas, além de abortamento floral e queda de legumes”, disse.
A redução da produtividade no Rio Grande do Sul é um dos fatores por trás da severa queda na safra brasileira, que não será mais recorde, com Estados como Paraná e Mato Grosso do Sul também sofrendo os efeitos da estiagem. O país já colheu cerca de um quarto das áreas.
No caso do milho, a safra do Estado foi revisada para 2,77 milhões de toneladas, ante 6,11 milhões na previsão inicial, queda de 54,7%, com perdas de 5,3 bilhões de reais.
A Emater ainda cortou estimativa de produção de arroz para 7,24 milhões de toneladas, ante 7,5 milhões na previsão inicial.
De acordo com o Boletim Adverso, divulgado no sábado, cerca de 257 mil propriedades foram atingidas pelos efeitos da estiagem, além de aproximadamente 17,3 mil famílias com dificuldades ao acesso à água.
O número de produtores atingidos no cultivo de milho ultrapassou os 98 mil, acréscimo de quase 5 mil produtores com perdas na sua produção em relação ao último levantamento.
Na soja, são cerca de 88 mil produtores com redução na produtividade, enquanto 33,1 mil produtores de leite também sofrem os efeitos, incluindo maiores custos pela matéria-prima da ração.
“O efeito principal da estiagem resulta na menor oferta de pastagens para os rebanhos, com a consequente necessidade de adquirir maior quantidade de alimentos de fora da propriedade, agravando a crise enfrentada pelos produtores, com custos de produção elevada”, disse a Emater em boletim.