Emater-MG vê safra de café em linha com 2021, mesmo com bienalidade positiva
As expectativas são pessimistas para a produção de café em Minas Gerais, mesmo sendo 2022 um ano de bienalidade positiva na cultura, o que significa que as plantas terão maior potencial produtivo.
A avaliação é da Emater-MG, que aponta como fatores negativos o clima desfavorável no ano passado, com períodos prolongados de seca e muito calor na época das floradas.
Os cafezais já tinham sido prejudicados pelas geadas no último inverno. De acordo com a Emater, possivelmente a colheita ficará no máximo no mesmo nível de 2021, que era um ano de baixa produção.
“Infelizmente, houve um baixo vingamento dos frutos e se restringiu em algumas regiões a uma única florada. Isso foi devido a algumas questões climáticas que enfrentamos aqui no Sul de Minas, como a geada, em julho e agosto, e o longo período de estiagem, que em alguns municípios foi superior a 100 dias”, disse em nota o gerente regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) em Guaxupé, Willem de Araújo. “Embora o cafeeiro precise de um pouco de estresse hídrico, no último ano esse fenômeno foi muito acima do esperado, o que acarretou esse baixo pegamento.”
Willem Araújo informou ainda que os ramos e as rosetas, onde são inseridos os grãos, estão com metade do que seria esperado para esse período do ano, o que terá impacto negativo no volume da próxima safra.
O gerente da Emater-MG aponta outro fator de preocupação quanto ao desempenho da cafeicultura no Estado: a escassez de fertilizantes em novembro e dezembro. “Muitos começaram a realizar a primeira adubação do ciclo no final de dezembro, e o café necessita no mínimo três a quatro adubações, durante o período de formação dos frutos até a colheita”, diz.