Em vídeo com Michelle, Bolsonaro ataca adversários e pede desculpas por eventuais ofensas a venezuelanas
O presidente Jair Bolsonaro divulgou um vídeo nesta terça-feira em que ataca militantes de esquerda pelo que chama de uso eleitoral do caso envolvendo venezuelanas e pediu desculpas às mulheres daquele país caso tenham se sentido ofendidas com as declarações recentes dele.
Na gravação de pouco mais de 2 minutos que a Reuters obteve com uma fonte da campanha mas que circula pelas redes sociais, Bolsonaro se diz indignado com algumas ações de militantes de esquerda que estariam pressionando mulheres venezuelanas a fim de ter vantagens durante o período eleitoral.
Segundo o presidente, o episódio continua sendo usado mesmo após a decisão do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, de remover das redes sociais conteúdos sobre o caso.
Bolsonaro diz no vídeo que sua preocupação é impedir a exploração das mulheres e ressalta que na época, a então ministra da Mulher, Damares Alves, visitou o local e constatou que as mulheres eram trabalhadoras.
O candidato à reeleição afirmou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, a diplomata María Teresa Belandria, representante do autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó, como embaixadora venezuelana no Brasil, e Damares, hoje senadora eleita, foram agora ao local e constataram que as mulheres estão reconstruindo sua vida no Brasil.
“Se as minhas palavras que, por má-fé, foram tiradas de contexto e de alguma forma foram mal entendidas ou provocaram algum constrangimento às nossas irmãs venezuelanas, peço desculpas já que meu compromisso sempre foi de melhor acolher e atender a todos que fogem de ditaduras pelo mundo”, disse Bolsonaro.
Michelle e Belandria aparecem no vídeo. A primeira-dama afirma que a operação Acolhida é o melhor programa de refugiados da América Latina e que o Brasil já recebeu 375 mil venezuelanos. “Como país cristão, devemos acolher o próximo. A nossa nação cuida e abraça o próximo”, disse Michelle.
“Pintou um Clima”
A gravação refere-se a declarações de Bolsonaro em uma entrevista na sexta-feira passada, quando o presidente afirmou que “pintou um clima” em uma visita a meninas venezuelanas na periferia de Brasília. Ele chegou a insinuar na entrevista que as jovens iriam se prostituir.
A fala dele foi explorada por adversários que chegaram a acusá-lo de pedofilia. No domingo, pouco antes do primeiro debate do segundo turno, o presidente do TSE , Alexandre de Moraes, determinou a remoção de conteúdos relacionados ao episódio de redes sociais e proibiu que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falasse do tema no confronto.
Bolsonaro chegou a afirmar antes do debate que as “últimas 24 horas foram as piores da minha vida”. Ele gravou uma live na madrugada de domingo para se explicar o caso gerou muita preocupação na campanha, segundo duas fontes.
Ainda há o temor, segundo admitiu uma das fontes, que o episódio aumente a rejeição do presidente e o prejudique na tarefa de conquistar votos a menos de 15 dias do segundo turno.
Lula teve 6,2 milhões de frente em relação a Bolsonaro no primeiro turno.
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