Em um só dia, usinas engolem a vantagem que o etanol poderia ter sobre a gasolina
A maioria das usinas de São Paulo pediu mais R$ 0,20 pelo litro de etanol hidratado na quarta. Foi comercializado a R$ 3,05.
Ou seja, os R$ 0,23 de aumento da gasolina, que estreou ontem nas refinarias, foram praticamente engolidos pela reposição de margem das indústrias.
No mesmo dia, as distribuidoras de Paulínia embutiram mais 3,36% na comercialização aos postos. Para o Cepea, deu R$ 2,83
Assim, antes de o derivado de petróleo ser absorvido nos postos com novos preços, o primeiro do governo, o biocombustível já está sem vantagem.
“Pela paridade, sim, perde o benefício da alta da gasolina”, diz Martinho Ono, CEO da SCA Trading, que registrou a elevação na indústria.
A rigor, o etanol mantém a menor competitividade com a qual já vinha, porque a gasolina é a mais atraente para o consumidor enquanto vigorar a desoneração do PIS/Cofins e Cide sobre os combustíveis.
Até aqui, como se sabe, o governo esticou o prazo de vigência até 28 de fevereiro.
O movimento de remarcação, que começou nas intermediárias na sexta, tem a ver com vendas melhores nas bombas na semana passada, particularmente, após duas rodadas de bons recuos na usina e, desde terça, com o aviso da Petrobras (PETR4) de que a gasolina ficaria mais cara 7,47% nas refinarias.