Em teleconferência, IRB descarta auditoria em balanços anteriores
O IRB Brasil (IRBR3) não tem intenção de realizar uma auditoria nas demonstrações financeiras anteriores. A declaração foi dada a analistas pelo presidente interino do conselho de administração, Pedro Guimarães, em teleconferência na manhã desta quinta-feira (5).
“Não temos nenhum motivo, nem para pensar em republicar os balanços”, afirmou o executivo. “Não temos ressalvas dos auditores independentes, nem dos órgãos de fiscalização”, acrescentou.
Realizada para divulgar a nomeação do novo vice-presidente financeiro e de relações com investidores do IRB, Werner Süffert, após a renúncia de seu antecessor, Fernando Passos, na noite de ontem, após as ações da resseguradora derreterem 32% com o desmentido da Berkshire Hathaway de que fosse sua acionista.
Apesar de esse ser o assunto do momento, os analistas que participaram da teleconferência não puderam evitar perguntas sobre um problema anterior do IRB, mas ainda candente: o bombástico relatório da Squadra, que questionou suas demonstrações financeiras e lucrou com isso – a gestora tinha uma posição vendida em IRB.
Segundo Süffert, a resseguradora já deu todas as explicações necessárias sobre os pontos destacados pela Squadra. Membro do conselho de administração do IRB até fevereiro, o executivo tem passagens também pela BB Seguridade (BBSE3) e procurou jogar com sua experiência no setor para tranquilizar os analistas.
“A maioria do mercado me conhece, e nunca tive nenhuma dúvida sobre as demonstrações financeiras”, disse. “Tivemos dois auditores independentes e, se eu já tinha confiança nos números, agora, após esses esclarecimentos… a parte das demonstrações está 100%. Não temos problemas nelas”, observou.
Nota só
Ao longo de toda a teleconferência, Guimarães e Süffert insistiram num ponto básico, no que se refere à dúvidas sobre os balanços: não há nada de errado e a tarefa é, apenas, melhorar a comunicação com o mercado e aumentar a transparência.
Os executivos afirmaram que, após os questionamentos públicos da Squadra, o nível de detalhamento das notas explicativas já melhorou no relatório referente ao quarto trimestre, mas que muito mais ainda será feito para dirimir desconfianças.
“O nome do jogo é prometer e cumprir o que prometemos”, declarou Guimarães. “Como CFO e como ex-conselheiro, não tenho nenhuma razão para abrir auditorias dos balanços anteriores”, completou Süffert.
“Nossa principal preocupação é olhar para a frente com uma certa obstinação em buscar a maior transparência possível”, afirmou.
O mercado parece ter gostado do que ouviu. Após o tombo de 32% ontem, fechando a R$ 18,98, pressionado pela negativa pública da gestora de Warren Buffett de que invista na empresa ou que tenha indicado uma representante para o conselho fiscal, os papéis abriram o dia com uma das maiores altas da B3.
Por volta das 10h41, as ações subiam 3,88%, para R$ 19,79, na contramão do Ibovespa, que recuava 1,37% e marcava 105.760 pontos.