Agronegócio

Boi despenca para R$ 190 em São Paulo e arrasta mercado de futuros na B3

11 dez 2019, 16:38 - atualizado em 11 dez 2019, 17:11
Boi Boiada Nelore
Pressão intensa dos frigoríficos e chuvas derrubaram os preços da arroba bovina (Imagem: Pixabay)

Saiu boi de R$ 190,00 em São Paulo nesta quarta-feira (11). Com certeza não é negócio corriqueiro no mercado, mas a queda brusca da arroba, desde o começo do mês, já pressiona cada vez mais o preço abaixo do R$ 200,00.

O registro, confirmado pela consultoria Agrifatto em Guzolândia e Sabino, ambos municípios do Noroeste paulista, abre uma janela perigosa e surpreende pela rapidez com que o mercado produtor absorveu a pressão dos frigoríficos.

E as chuvas estariam forçando as vendas daqueles que estavam segurando os animais por mais preços.

O recuo está trazendo para baixo os futuros na B3, também bruscamente, em mais de R$ 20 desde os picos de R$ 27 do mês anterior.

“Chama muito a atenção e parece que alguns compradores estão conseguindo ampliar as escalas”, explica Gustavo Resende Machado, analista da empresa.

B3 vai junto

Tanto que o negócio de Guzolândia – no prazo e imposto a descontar pelo frigorífico – embarca dia 26 e abate no dia 27; o negócio de Sabino, igualmente para 30 dias e com desconto em folha de pagamento, é boi que morre dia 23.

A B3 vem despencando, junto com a depressão do mercado físico – cuja média balcão da Agrifatto também já rompeu abaixo dos R$ 200, mas com produtores ainda conseguindo pouco acima de R$ 200.

No dia 27 de novembro, o maio bateu na máxima de R$ 223. Hoje segue para o fechamento a R$ 191,95. O janeiro caiu, entre as mesmas datas, R$ 22, e estava em R$ 199.

A sensação é que, junto com o freio do frigorífico, em movimento concertado, mesmo com certo recuo do atacado pelo consumidor mais retraído, houve certa retenção de produtores aguardando novas máximas, quando o boi já rompia os R$ 230 em São Paulo.

Pode estar havendo menor ímpeto dos importadores chinesas. Mas as chuvas aceleraram a desova também.

 

 

Repórter no Agro Times
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
Jornalista de muitas redações nacionais e internacionais, sempre em economia, após um improvável debut em ‘cultura e variedades’, no final dos anos de 1970, está estacionado no agronegócio há certo tempo e, no Money Times, desde 2019.
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