Em meio à novela dos US$ 50, Shein fatura mais de R$ 15 bilhões no Brasil, estima BTG; veja números
O BTG Pactual estima que a Shein atingiu uma receita bruta com vendas online (GMV) de R$ 15 bilhões no Brasil em 2023, enquanto a Shopee chegou a cerca de R$ 20 bilhões.
O analista Luiz Guanais e equipe, que assinam relatório, ponderam que o Brasil é um local difícil para os negócios de nomes estrangeiros. No entanto, a Shein e a Shopee conseguiram adotar estratégias locais que devem manter o bom momento das asiáticas.
- Quer receber insights de investimentos diretamente no seu WhatsApp? Entre na comunidade gratuita, clicando aqui.
“À medida que Shopee e Shein adotaram mais experiência local, testando lojas pop-up e estratégias de marketing e atraindo vendedores locais, seu momento deve persistir – também esperamos que a Temu expanda sua operação no Brasil”, avaliam.
Em avaliação ao e-commerce brasileiro, o BTG destaca que o investimento nos níveis de serviço nos últimos anos, aliado ao maior tráfego e sortimento dos principais nomes do mercado, significam que esta deve ser uma vantagem competitiva chave e impulsionadora do desempenho superior do GMV.
“Mas depois de uma abordagem mais agressiva durante a pandemia, os players no e-commerce adotaram estratégias mais racionais, com o objetivo de preservar a margem e aumentar os níveis de take rates, afastando-se de uma mentalidade de ‘crescimento acima de tudo”, avaliam.
Novela dos US$ 50
Vale lembrar que 2023 foi marcado pelo imbróglio em torno da isenção de imposto de importação nas remessas internacionais de até US$ 50, que levou o governo a criar o Programa Remessa Conforme.
O programa definiu que as empresas que aderissem ao programa seriam beneficiadas com a isenção de imposto de importação para compras de até US$ 50, feitas por pessoas físicas em sites estrangeiros. Para não desagradar os governadores, que temiam perdas de arrecadação, foi estabelecida a cobrança de 17% do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nas transações.
Shein e Shopee aderiram ao programa e usufruem dos benefícios. No entanto, há meses a isenção está na mira do Instituto do Varejo Brasileiro (IDV) e outras entidades que buscam o fim do benefício, defendendo uma isonomia tributária.
Até o momento, as regras e benefícios do Remessa Conforme segue vigentes, mas ocorrem ainda outras discussões, como o aumento do ICMS, que pode impactar as remessas vindas de fora do país de e-commerces estrangeiros.