Em meio a eleições, gringos estão em modo de espera com Brasil; veja as ações em destaque
Os investidores estrangeiros estão em modo de espera em relação ao Brasil, afirma o Itaú BBA, em relatório publicado nesta segunda-feira (24).
Após ouvir 25 instituições nos Estados Unidos sobre o cenário macro brasileiro, a instituição concluiu que investidores estão interessados em saber o que ocorre no Brasil, mas, até o momento, não aumentaram substancialmente suas alocações no mercado doméstico.
De acordo com o BBA, muitos investidores questionaram sobre o risco de os resultados eleitorais serem questionados caso haja uma diferença pequena entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL).
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“Eles também questionaram sobre as políticas econômicas de cada candidato (embora ainda exista baixa visibilidade sobre isso) e o que poderia acontecer com o limite de gastos”, comentam os analistas Marcelo Sá e Matheus Marques.
Porém, o BBA avalia que, assim que as incertezas acabarem, o Brasil pode receber um fluxo massivo de estrangeiros.
“No nosso roadshow de setembro na Europa, investidores pareciam mais bullish (otimistas) e overweight em Brasil”, afirma.
Apesar de a resiliência da inflação nos Estados Unidos e da postura mais agressiva do Federal Reserve (Fed) sobre os juros do país poderem pesar sobre o apetite dos investidores, afetando também o Brasil, o BBA destaca que o cenário macro brasileiro parece bom, com sólidos números fiscais, queda da inflação e dados surpreendentemente fortes do Produto Interno Bruto (PIB).
Na avaliação da instituição, o Banco Central (BC) deve começar a cortar a Selic, taxa básica de juros do Brasil, em agosto, chegando a 11% (atualmente está em 13,75%) até o fim de 2023.
Setores
De acordo com o BBA, os investidores estrangeiros estão mais cautelosos em relação a empresas de commodities. O interesse em Petrobras (PETR3;PETR4) é grande, afirmam analistas, mas o foco parece se concentrar em leis e políticas governamentais, e não em preços de commodities.
Dentre as empresas do setor de siderurgia, apenas Gerdau (GGBR4) foi mencionada nas conversas, em linha com a percepção do BBA de que a companhia é o melhor nome no segmento.
O BBA comenta que, em relação à Suzano (SUZB3), muitos investidores mostraram temor por uma potencial correção nos preços da celulose.
Sobre Vale (VALE3), algumas avaliações se mostraram negativas devido ao pessimismo sobre a China.
Investidores parecem mais positivos em relação a empresas de utilidades básicas e shoppings. Os principais nomes mencionados durante as conversas foram Equatorial (EQTL3), Eletrobras (ELET3), Energisa (ENGI11) e Sabesp (SBSP3).
O BBA está tem otimista com Sabesp, considerando o valuation atrativo e o aumento das chances de privatização diante do resultado das eleições para governador do Estado de São Paulo, com Tarcísio de Freitas (Republicanos) liderando.
“Alguns clientes mencionaram Cemig (CMIG4) e Copasa (CSMG3), mas estamos mais céticos sobre os desafios de privatização delas”, dizem Sá e Marques.
Em shoppings, Multiplan (MULT3), Iguatemi (IGTI11) e brMalls (BRML3) foram mencionadas pelos investidores. A última empresa é top pick do BBA.
Investidores seguem otimistas com o setor financeiro, mas mais neutros com bancos. B3 (B3SA3), XP (XP) e BTG Pactual (BPAC11) são as principais escolhas dos investidores americanos. Para o BBA, a empresa favorita é a B3, baseada em sólidos fundamentos, elevada liquidez e valuation atrativo.
Dentre os bancos tradicionais, o BBA tem preferência por Banco do Brasil (BBAS3), mas levanta sua visão de cautela sobre o crescimento de NPLs (taxas de créditos inadimplentes).
No caso de varejo e consumo, investidores concordaram que o segmento deve se beneficiar da redução dos juros e das iniciativas por parte do governo para impulsionar o consumo no Brasil.
As preferências seguem sendo Assaí (ASAI3), Lojas Renner (LREN3) e Arezzo (ARZZ3). No e-commerce, o Mercado Livre continua sendo a holding principal da maioria dos clientes do BBA. Em relação ao Magazine Luiza (MGLU3), Via (VIIA3) e Americanas (AMER3), as perspectivas são negativas.
Outros nomes levantados pelos investidores e com bons comentários foram Hapvida (HAPV3), Localiza (RENT3) e WEG (WEGE3).
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