Em meio à desaceleração nas vendas, Amazon quer vender espaço em aviões — nem que seja para abacaxis
A Amazon (AMZN) está negociando espaços vagos em seus aviões, de acordo com pessoas próximas ao assunto ouvidas pela Bloomberg News. A medida faz parte do esforço para conter os impactos da desaceleração das vendas online.
Ainda segundo as fontes ouvidas, as negociações incluem transportar abacaxi e salmão em voos de volta de locais como Havaí e Alasca, que costumam ter os aviões vazios.
O serviço de carga aérea da gigante do varejo foi lançado em 2016 e conta com uma frota de 100 aeronaves nos Estados Unidos e Europa.
A retomada de hábitos de consumo do período pré-pandemia são apontados como justificativas para a desaceleração das vendas. Isso porque, após registrar um crescimento vertiginoso durante a pandemia, gigantes da tecnologia, incluindo a Amazon, estão vendo uma desaceleração, à medida que as pessoas retornam às atividades presenciais e dependem menos da internet.
Além disso, há a desaceleração do setor aéreo. A IATA, grupo comercial de companhias aéreas, projeta que o setor gerará vendas de US$ 149,4 bilhões, cerca de US$ 52 bilhões a menos que em 2022, mas ainda US$ 48,6 bilhões a mais que em 2019.
Quarto trimestre da Amazon abaixo das expectativas
A Amazon projetou em novembro vendas do quarto trimestre abaixo das estimativas do mercado, uma vez que a inflação e a intensa concorrência de rivais como Walmart estão pesando sobre seus negócios de varejo.
As ações da maior empresa de comércio eletrônico do mundo acumulam queda de 50,22% no ano. Nesta quarta-feira (27), a ação caía 1,42% na Nasdaq.
A maior varejista online do mundo previu vendas líquidas de 140 bilhões a 148 bilhões de dólares para o quarto trimestre. Analistas esperavam 155,15 bilhões, segundo dados da Refinitiv.
A receita líquida da Amazon somou 127,1 bilhões de dólares no terceiro trimestre, pouco abaixo das expectativas dos analistas de 127,46 bilhões, segundo dados da Refinitiv.