Em manifesto pela democracia, OAB diz que não apoia nem se opõe a governos
O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou nesta segunda-feira manifesto em defesa da democracia no qual afirma não ser apoiadora nem opositora de governos, mas sim defensora intransigente do Estado Democrático de Direito.
No documento, a OAB também elogia o sistema eletrônico de votação, que vem sendo constantemente atacado sem provas pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto.
O manifesto, no entanto, não cita Bolsonaro nominalmente.
“A OAB não é apoiadora ou opositora de governos, partidos e candidatos. Nossa autonomia crítica assegura credibilidade e força para nossas ações de amparo e intransigente defesa ao Estado Democrático de Direito”, afirma o documento.
“Defendemos e protegemos a democracia. Temos orgulho e confiança no modelo do sistema eleitoral de nosso país, conduzido de forma exemplar pela Justiça Eleitoral. O Brasil conta com a OAB para zelar pelo respeito à Constituição, afastando riscos de rupturas democráticas e com a preservação das instituições e dos Poderes da República.”
A OAB decidiu não subscrever a carta em defesa da democracia assinada por lideranças empresariais e de outros setores que foi elaborada no âmbito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) e que será lida na quinta-feira no Largo São Francisco, região central da capital paulista.
Em vez disso, a entidade de classe optou por divulgar seu próprio manifesto, em tom mais neutro. O documento assinado por empresários não cita Bolsonaro nominalmente, mas faz menção às insinuações de ruptura e ataques a demais Poderes que o presidente faz com frequência, algo que não foi citado no manifesto da OAB.
Bolsonaro tem convocado apoiadores para irem às ruas se manifestar no dia 7 de Setembro, quando será comemorado o bicentenário da Independência do Brasil.
O presidente quer dar uma demonstração de força popular e de proximidade com as Forças Armadas na data festiva.
Defensor declarado da ditadura militar que governou o Brasil entre 1964 e 1985, Bolsonaro é ex-capitão do Exército e nomeou um número sem precedentes de militares da reserva e da ativa para cargos tradicionalmente ocupados por civis no governo federal. Ele frequentemente lembra ser o comandante supremo dos militares e costuma usar o pronome “nós” ao referir-se às Forças Armadas.
Bolsonaro está atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas para a eleição de outubro.
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