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Em falta no mercado, analista de ações ganha até R$ 25 mil. Veja como se tornar um

05 nov 2020, 16:55 - atualizado em 05 nov 2020, 17:01
Mercado em alta: demanda por analistas de ações cresce cada vez mais (Imagem: Empiricus)

A profunda crise econômica causada pelo coronavírus já deixou um recorde de quase 14 milhões de desempregados no Brasil. A pressão é ainda maior sobre os mais jovens que, sem experiência, encontram mais dificuldades para encontrar uma vaga.

Mas a boa notícia é que há um mercado que está bombando, a ponto de não haver profissionais suficientes para preencher as vagas abertas. Trata-se do mercado de analistas de ações, que se dedicam a avaliar as perspectivas das empresas listadas na Bolsa, determinar o preço justo de suas ações e aconselhar os investidores sobre o que fazer com elas.

Os analistas trabalham em bancos, gestoras, corretoras e casas de análise, entre outros lugares. À medida que cada vez mais gente investe na Bolsa, em busca de ganhos maiores que a renda fixa, e dezenas de empresas preparam suas ofertas públicas iniciais (IPOs, na sigla em inglês), o setor financeiro precisará de um número crescente de analistas de ações.

Ser um profissional disputado no mercado não é o único atrativo dessa carreira. Os salários chegam a R$ 25 mil por mês, mais bônus.

Carreira aberta a todos

Outra boa notícia é que qualquer pessoa que tenha cursado uma universidade e tenha um diploma reconhecido pelo MEC pode migrar para o mercado de análises. Pensando em formar profissionais com sólido conhecimento teórico e prático, a Empiricus Research desenvolveu um MBA para analistas de ações, em parceria com a Estácio.

“Estamos fazendo o que faz sentido: um curso feito por praticantes para outros praticantes”, explica Rodolfo Amstalden, um dos fundadores da Empiricus. Veja, a seguir, os principais trechos da entrevista ao Money Times sobre o mercado de trabalho para analistas e o como começar nessa profissão.

Money Times – O que as empresas do setor financeiro procuram, ao contratar analistas de ações?

Rodolfo Amstalden – É uma mistura de duas coisas: capacidade técnica e conhecimento de negócios. O profissional precisa ter o conhecimento para analisar uma demonstração financeira completa, modelar esse negócio e tirar conclusões sobre a empresa. Mas essas conclusões serão tão melhores, quanto mais o analista compreende a dinâmica do setor. Aqui entra o conhecimento de negócios. O analista não pode ficar enfurnado numa sala mexendo em planilha; ele precisa ir para rua, conhecer a empresa, seus fornecedores, clientes… realmente entender o negócio.

MT – Há escassez de analistas no mercado?

RA – Desde 2018, saímos de 800 mil para mais de 3 milhões de investidores na Bolsa. Sem sombra de dúvidas, esses novos investidores criaram uma demanda relevante. Em 2018, a B3 (bolsa brasileira) negociava de R$ 10 bilhões a R$ 12 bilhões por dia. Hoje, num dia fraco, são R$ 20 bilhões. Existe muita demanda, e, na área, os salários podem chegar a R$ 25 mil, mais bônus.

Fazendo a diferença: MBA serve também para quem deseja gerir seu próprio negócio ou sua própria carteira de investimentos, diz Rodolfo (Imagem: YouTube/ Empiricus)

MT – Como o MBA criado pela Empiricus, em parceria com a Estácio, se encaixa neste cenário?

RA – Nosso principal objetivo foi desenvolver um curso em que a experiência, e não o simples conhecimento acadêmico, fosse o grande pilar. Não é um curso para você falar sobre investimentos. É um curso para você trabalhar com investimentos, para você gerir o seu próprio dinheiro. A maioria das aulas será dada pelos analistas da Empiricus, e teremos grandes executivos de mercado, como Eduardo Parente, o CEO da Yduqs e o Leonel Andrade, CEO da CVC. Então, é um negócio “mundo real”, prático.

MT – Qual é a importância de um MBA criado por pessoas que atuam cotidianamente no mercado financeiro?

RA – O Felipe [Miranda], um dos nossos fundadores, fala muito sobre isso. Ele fez mestrado sobre finanças na FGV, e não tinha um professor que efetivamente trabalhasse no mercado. Isso não deveria ser um diferencial. Por que aprender com quem fez uma carreira nisso e tem uma jornada inteira para compartilhar é a exceção? Na nossa opinião, estamos fazendo o que faz sentido: um curso feito por praticantes para outros praticantes.

MT – Quais são os pré-requisitos para cursar o MBA? É necessário alguma formação específica na graduação? Graduados de todas as áreas estarão aptos a cursar?

RA – O único pré-requisito é possuir um diploma de graduação reconhecido pelo MEC. Não precisa ser em áreas como Economia, Administração e afins. A gente desenhou o curso para nivelar todos os perfis. Será uma curva de aprendizado completa. E, até aproveitando a pergunta, aqui na Empiricus mesmo, temos analistas com diversas formações. A Ana Westphalen, especialista em fundos, é jornalista. O Ruy Hungria, especialista em opções, é físico…

MT – Para atuar como analista, é preciso obter certificações como o CNPI, CPA etc. O MBA vai preparar os alunos para esses exames?

RA – A todos que concluírem o MBA, vamos oferecer um curso para a certificação CEA, que permite a recomendação de produtos de investimento, e torna o detentor da certificação um investidor qualificado.

MT – Pessoas que desejam apenas melhorar suas habilidades como investidor, mas que não pretendem atuar na área como analistas, também podem cursar?

RA – Não só podem, como é um público importante que pretendemos ajudar. Como eu falei, teremos um nivelamento das primeiras disciplinas, e teremos muito conteúdo relacionado a negócios. É conhecimento que fará a diferença para você gerir o seu negócio, investir seu próprio dinheiro.