Ministério da Economia

Em evento da XP, Haddad fala o que a Faria Lima gostaria de ouvir; veja trechos

02 set 2023, 20:18 - atualizado em 03 set 2023, 1:22
Fernando Haddad
Em suas falas, Haddad não deixou de ressaltar a importância do controle de gastos para o crescimento sustentável da economia (Imagem: Paulo Barreto/Divulgação)

“Quem imaginaria que estaríamos com o arcabouço fiscal aprovado? Quem imaginaria que a reforma tributária iria sair?”

Dessa forma que Fernando Haddad foi recebido na XP Expert, um dos maiores eventos do mercado financeiro, segmento que, até antes, nutria desconfiança e ressalvas com o nome do ministro da Fazenda.

Em suas falas, Haddad não deixou de ressaltar a importância do controle de gastos para o crescimento sustentável da economia, algo repetido com ênfase por gestores, economistas e analistas.

“Se eu não tiver fiscal, não adianta a inflação estar baixa, ela vai voltar. É preciso imaginar trajetória sustentável”, colocou.

Para Haddad, o arcabouço fiscal organizou as contas públicas. A questão agora não é se, mas quando elas vão entrar em ordem.

“O compromisso do país precisa ser com o reequilíbrio das contas. Temos que ter o compromisso de virar essa página”, defendeu.

Ainda conforme o ministro, todo o esforço fiscal que o governo fizer será bom, “porque vou sinalizar para o Banco Central que o governo está se esforçando”. “O nosso objetivo é apontar que vamos conseguir entregar”, completa.

A fala conversa com declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

Em evento da Warren Rena, ocorrido na última segunda-feira (28), o executivo afirmou que “se houver um esforço [do governo] em uma direção de uma melhora, as pessoas vão entender que não é possível atingir a meta no curto prazo, mas que existe um esforço”.

De acordo com o ministro, apesar de ambicioso, o Orçamento, que promete um superávit primário de R$ 2,8 bilhões, é factível, “mas se todo mundo remar a favor”.

Ainda segundo Haddad, uma das razões que impede a entrada de mais investimentos externos é a questão tributária.

“A reforma tributária é essencial para termos de produtividade”. Ele cita os tributos mais racionais, além da alta inovação, como fatores para o agronegócio ser o mais produtivo do país.