Em evento, Campos Neto comemora Plano Real e demonstra preocupação com chuvas no RS; confira
Durante a II Conferência Anual do Banco Central (BC) do Brasil, Roberto Campos Neto, presidente da autarquia, considerou o Plano Real, que comemora 30 anos em 2024, um marco histórico e sucesso na história econômica do Brasil.
O evento contou com outros nomes do BC, como Pedro Malan, Pérsio Arida, Gustavo Franco e Gustavo Loyola.
O plano colocou em circulação a moeda conhecida por brasileiros até hoje, o real, após os projetos Cruzado, Bresser, Verão, Collor 1 e Collor 2 tentarem combater um problema que afetava intensamente o Brasil: a hiperinflação que à época fazia com que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) atingisse a casa dos 2000%.
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“O Plano Real foi um marco histórico e um sucesso na história econômica do Brasil, permitindo controlar a inflação depois de décadas de descontrole inflacionário, contribuindo para o desenvolvimento econômico e amadurecimento institucional do Brasil”, afirmou o presidente.
Ele complementou que o Banco Central se orgulha de ter tido um papel fundamental para o sucesso do Plano e para os ganhos que se seguiram após a implementação do mesmo.
Para Campos Neto, o cenário anterior era de inflação alta e baixo crescimento econômico, com planos fracassados anteriores ao Plano Real.
“A estabilidade proporcionada pelo Plano Real contribuiu para a redução da inflação e um ambiente mais previsível e seguro para investimentos, com mais confiança nas transações com moeda nacional e no sistema financeiro nacional”, complementou.
- 30 anos do Plano Real: o Money Times entrevistou Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, fundador e sócio da Rio Bravo Investimentos, um dos economistas mais reconhecidos do Brasil e que ajudou a formular o plano. Confira:
Além de Plano Real, crise no RS está no radar do BC
Ele também pontuou que o tema da sustentabilidade e modelos climáticos ganhou mais importância após a pandemia da Covid-19, com a sociedade exigindo cada vez mais que a economia seja sustentável e inclusiva.
Campos Neto reiterou sua solidariedade à população do Rio Grande do Sul. Anteriormente, em entrevista ao Estadão, ele afirmou que espera que os eventos climáticos sirvam de alarme e que o fator climático tem influência na missão do Banco Central de garantir estabilidade de preços e do sistema financeiro.
“Temos bancos que dependem muito daquela região e do que acontece com os preços: a questão do arroz, será que a logística será muito afetada? Esse assunto precisa estar no centro da agenda”, afirmou em entrevista ao jornal.
“Na opinião do BC, este é um tema que precisa de uma atenção maior”, complementou.
As enchentes já deixaram 154 mortos e 2.295.022 afetados, segundo a Defesa Civil do Rio Grande do Sul, com efeitos à população e às economias local e nacional.