Em discurso no Nordeste, Bolsonaro faz acenos ao Congresso e à população da região
Em sua primeira viagem depois de três semanas de isolamento devido à infecção pelo novo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro usou seu discurso para fazer acenos ao Congresso e ao povo do Nordeste, região onde perdeu para o petista Fernando Haddad na eleição de 2018 e ainda tem as piores avaliações em pesquisas de opinião.
“Ninguém esperava isso (pandemia), mas ela veio. E nós fizemos tudo possível para que os efeitos fossem minorados, mas fizemos isso tendo ao lado valorosos senadores e deputados”, disse Bolsonaro na cidade de Campo Alegre de Lourdes (BA), na inauguração de uma adutora da transposição do rio São Francisco.
“Ninguém governa sozinho”, destacou.
O presidente viveu algumas crises com o Congresso desde que assumiu o cargo em janeiro do ano passado, mas nos últimos meses se aproximou de políticos de partidos do chamado centrão –formado por PP, PL e Republicanos, entre outros– num esforço para formar uma base parlamentar de apoio sólida. Bolsonaro também aliviou nos últimos tempos críticas que fez diversas vezes ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Já ouvi aqui de parlamentares problemas da região”, disse o presidente, que estava acompanhado do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, ex-deputado federal pelo Rio Grande do Norte.
“Esses problemas quem vai resolver não é o Jair Bolsonaro sozinho. Vai ser ele e o Parlamento brasileiro”, acrescentou.
Em seu discurso, Bolsonaro também procurou valorizar as pessoas da região, governadas em sua grande maioria por políticos de oposição.
“Vocês são pessoas iguais às outras quatro regiões do nosso Brasil”, disse.
“Nós somos todos iguais, somos um só povo, uma só raça, temos um só objetivo, é o Brasil acima de todos.”
Em julho do ano passado, em uma fala com o ministro Onyx Lorenzoni captada sem querer pelos microfones da TV Brasil, Bolsonaro chamou os governadores da região de “governadores de paraíba”, o que causou indignação com o termo, considerado pejorativo.
O governador da Bahia, o petista Rui Costa, não compareceu à cerimônia.