Em discurso na ONU, Bolsonaro faz defesa de seu governo em tom eleitoral e pede fim de sanções à Rússia
O presidente Jair Bolsonaro (PL) fez o discurso de abertura da 77ª Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (20) como é tradição do evento. Nos Estados Unidos, o presidente brasileiro fez uma fala em defesa de seu governo com tom eleitoral e pediu o fim das sanções, econômicas e diplomáticas, à Rússia.
Candidato à reeleição, Bolsonaro usou seu tempo na tribuna para citar os feitos de seu governo durante a pandemia e os esforços feitos para que o país se relacionasse com as demais nações.
No início de sua fala, o presidente brasileiro citou que seu governo, desde o início da pandemia, se preocupou com a economia citando o auxílio emergencial e o auxílio-Brasil. Bolsonaro também defendeu sua atuação na saúde ao falar que o Brasil vacinou a maior parte de sua população e que investiu na fabricação própria de vacinas contra o coronavírus.
Em uma clara menção ao seu adversário nessas eleições, Bolsonaro disse que o país vivia uma “corrupção sistêmica” que levou ao endividamento da Petrobras. “O responsável foi condenado”, disse em alusão à Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aparece liderando as pesquisas de intenção de voto.
Entre os feitos do seu governo, Bolsonaro citou a diminuição do preço da gasolina e o investimento na produção de alimentos. “No país não faltam alimentos. Hoje somos um dos maiores exportadores de alimentos do mundo”, disse.
“No plano interno, também estamos batendo recordes em três áreas: arrecadação fiscal, lucros das empresas estatais e relação entre dívida pública e PIB. Aliás, em 2021 tivemos superávit no resultado consolidado de contas públicas. O PIB brasileiro aumentou 1,2% no segundo trimestre. A projeção de crescimento para 2022 chega a 3%”, disse.
Já em relação ao posicionamento do país diante de conflitos, principalmente em relação à Guerra da Ucrânia, Bolsonaro lembrou da atuação do Brasil em mediações de conflitos e pediu o fim das sanções à Rússia.
“O Brasil tem longo histórico de mediações de conflito e busca da paz”, começou lembrando da atuação do país no Haiti. “Temos trabalhado nessa direção. Nas Nações Unidas e em outros foros, temos tentado evitar o bloqueio dos canais de diálogo, causado pela polarização em torno do conflito. É nesse sentido que somos contra o isolamento diplomático e econômico”, concluiu dizendo que esses atos só acentuam a polarização.
O final do discurso foi reservado para lembrar os lemas de sua campanha, citando o conflito na Nicarágua, e a manifestação de 7 de setembro. Ainda reservou um trecho da fala para exaltar a primeira-dama Michele Bolsonaro.
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