Em depoimento à CPI, Pazuello sustenta que respondeu à Pfizer ao longo de toda a negociação sobre vacinas
O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello disse nesta quarta-feira à CPI da Covid no Senado que a pasta respondeu as ofertas da Pfizer inúmeras vezes ao longo das negociações sobre vacinas contra o novo coronavírus desde o primeiro contato de prospecção, por volta de maio.
O ministro respondia a pergunta do relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), senador Renan Calheiros (MDB-AL), sobre carta da farmacêutica enviada no início de setembro a diversas autoridades brasileiras, como o presidente Jair Bolsonaro e o próprio Pazuello, mas a carta permaneceu sem resposta por dois meses.
Pazuello se dispôs a oferecer todas as comunicações entre o ministério e a empresa. Depois lembrou que não tem mais acesso aos documentos do Ministério da Saúde, e recomendou que a CPI requisitasse.
Ele argumentou ainda que não se envolveu diretamente em todas as negociações com a Pfizer por entender que as conversas deveriam ser travadas pelo setor administrativo da pasta e não pelo próprio ministro.
Ele também repetiu aos senadores que à época das negociações com a Pfizer, estranhou as cláusulas colocadas pela empresa.
Admitiu, no entanto, ter se deparado com cláusulas semelhantes posteriormente em outras negociações sobre imunizantes contra a Covid-19.
O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), sugeriu que pode ser feita uma eventual acareação entre Pazuello e o ex-presidente da Pfizer no Brasil Carlos Murillo.