Em crise, 123Milhas acumula processos e reclamações; há risco de recuperação judicial?
A 123Milhas passa por uma crise. Visto o histórico de empresas que tiveram problemas financeiros em 2023, não demorou para surgirem rumores de que a operadora de turismo pode entrar em recuperação judicial. Afinal, há risco de insolvência?
O advogado e sócio do MSC Advogados, Arthur Silveira, avalia que “é um pouco temerário dizer que a empresa entrará em recuperação judicial”, já que ela apresentou, até o momento, “poucos sintomas” de que a situação financeira esteja mais delicada do que parece.
“Só com esse sinal, de cancelamentos das vendas de pacotes ‘Promo’, é difícil afirmar isso”, diz o advogado em entrevista ao Money Times.
Ele explica que a recuperação judicial é uma ferramenta que pode ser utilizada pela 123Milhas para tratar não só o sintoma de problemas financeiros, como também, caso a “enfermidade já esteja avançada”.
Contudo, Silveira pondera que ainda não há notícias de que a empresa de turismo esteja com pagamentos a fornecedores em atraso. Segundo ele, ainda não há uma conjuntura somando mais fatores que levem a 123Milhas a cogitar a recuperação judicial, como forma de preservar seus negócios.
“Outros serviços da empresa, tirando essas que envolvem a promoção suspensa, estão funcionando. Mas precisamos entender o tamanho desse rombo para a empresa”, comenta o sócio da MSC Advogados, acrescentando que custos com processos judiciais podem comprometer o caixa da operadora de viagens.
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123Milhas acumula pilhas de processos e reclamações
Silveira chama a atenção para a quantidade de processos judiciais contra a 123Milhas registrados no site Jusbrasil, de pelo menos 4,5 mil. Para o advogado, esse número deve crescer nas próximas semanas em meio aos cancelamentos dos pacotes de clientes afetados pela suspensão da promoção.
“É um contencioso alarmante. A empresa deve ter um custo ainda mais alto com esses processos, já que ela precisa contratar equipe de advogados. Mesmo que as audiências sejam virtuais, o custo é alto”, pondera.
Ainda na esfera judicial, Silveira orienta que os clientes devem tentar falar com a 123Milhas por todos os meios- principalmente quem contratou serviços fora do pacote promocional ou fora do prazo de cancelamentos entre setembro e dezembro.
Entretanto, caso o atendimento não seja o suficiente e o cliente se sinta lesado, ele deve procurar os seus direitos. “A 123Milhas está sofrendo uma série de sanções regulatórias e administrativas. Com isso, pode ser que seja proposta uma ação coletiva, abrangendo todos os clientes”, explica.
Em relação aos turistas que ainda queiram contratar serviços da empresa nas próximas semanas, Silveira orienta a ter “a maior cautela possível” na contratação dos serviços da operadora de turismo.