Economia

Em carta a Haddad, Gabriel Galípolo diz quando inflação entrará nos eixos

10 jul 2025, 18:55 - atualizado em 10 jul 2025, 19:50
Economia, Gabriel Galípolo, Banco Central
O BC é obrigado a explicar porque não cumpriu a meta caso tenha a descumprido por mais de 6 meses (Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse em carta enviada ao presidente do Conselho Monetário Nacional (CMN), ministro Fernando Haddad, que a inflação voltará ao intervalo de tolerância da meta a partir do final do primeiro trimestre de 2026.

No documento, a autoridade monetária diz que a previsão está em linha com o cenário de referência apresentado no Relatório de Política Monetária de junho de 2025.

O BC é obrigado a explicar porque não cumpriu a meta caso tenha a descumprido por mais de 6 meses. A cifra é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima e 1,5 pp para baixo.

Por outro lado, o IPCA, índice que mede a inflação, encerrou o período dos últimos 12 meses em 5,35%.

“O Comitê de Política Monetária avalia diversos cenários prospectivos para a inflação, que consideram trajetórias diferentes da taxa Selic e para as expectativas de juros de mercado”.

Atualmente, a Selic no Brasil está em 14,75%, o maior patamar em 20 anos.

O Comitê iniciou o ciclo de aperto monetário em setembro de 2024 e seguiu com o ciclo até a reunião mais recente, somando 4,5 p.p. até junho de 2025.

“O compromisso do Banco Central é com a meta de inflação de 3%, e suas decisões são pautadas para que este objetivo seja atingido no horizonte relevante de política monetária”, afirmou.

Juros altos por bastante tempo

Na carta, o BC também enfatiza que o Copom segue vigilante e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados.

A autoridade também não hesitará em prosseguir no ciclo de alta, caso julgue apropriado.

“O Copom reiterou ao longo do processo que a magnitude do ciclo depende da evolução dos indicadores econômicos e reafirmou seu compromisso com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante”.

Ainda, o BC avaliou que a política monetária deve permanecer em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.

Ao mesmo tempo, pontua, considerou que o ciclo atual foi rápido e bastante firme na elevação de juros, “o que justifica a estratégia de interrompê-lo e observar seus efeitos sobre a economia, a fim de se avaliar se o nível contracionista vigente é apropriado para assegurar a convergência da inflação à meta”.

Por que a inflação estourou a meta?

Entre os fatores que explicam a disparada da inflação, segundo o BC, está:

  • aumentos mais intensos do que o previsto nos preços da gasolina, nos serviços (especialmente os subjacentes), em alimentos industrializados — com destaque para o café — e em bens industriais, como vestuário e automóveis;
  • atividade econômica aquecida, com o mercado de trabalho em forte recuperação, com a taxa de desemprego caindo para 6,2%, a menor da série histórica.
  • desancoragem das expectativas de inflação, com expectativas de inflação se mantendo acima da meta desde meados de 2024, mesmo para horizontes mais longos.
  • os preços administrados também pressionaram a inflação, principalmente por conta da piora do cenário hídrico, que exigiu mudanças nas bandeiras tarifárias de energia elétrica.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022, 2023 e 2024. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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