Em 30 anos mundo terá 5 ou 6 moedas, com maior força do iene e do euro, diz Guedes
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira em Davos que em até 30 anos a economia global deverá ter cinco ou seis moedas, com o iene se igualando em relevância ao euro, que ganhará força, mas em um processo que não eliminará a dominância do dólar.
“Se você considera a dimensão política e a dimensão econômica, nós teríamos 5, 6 moedas em 20 ou 30 anos”, afirmou Guedes durante participação no painel Desafiando a Dominância do Dólar.
Segundo Guedes, com a consolidação da Europa como economia forte e continental, o euro ganhará espaço nas transações globais e também como reserva de valor. O iene é outra moeda que se tornará continental, disse o ministro, destacando que há atualmente 200 milhões de chineses residindo fora do país.
A economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gita Gopinath, e o ministro das Finanças de Portugal, Mário Centeno, também estavam entre os debatedores.
Guedes frisou que os movimentos de preponderância das moedas no mundo sofrerão o impacto do “choque digital” e que os bancos centrais estão hoje empenhados em sair à frente do setor privado no sistema de blockchain, das moedas digitais.
Após a primeira intervenção de Guedes, Gopinath, do FMI, disse considerar “muito pouco provável” o cenário traçado pelo ministro, argumentando que Europa e China ainda precisam percorrer longo caminho antes de terem as condições institucionais, econômicas e políticas para terem papel semelhante ao do dólar na economia global.
Ao retomar a palavra, Guedes frisou que não avalia que a dominância do dólar será eliminada nas próximas décadas.