Em apuros, serviço de saúde de Portugal rejeita médicos voluntários
Médicos que se ofereceram para ajudar o serviço de saúde de Portugal, sobrecarregado com um pico de hospitalizações por Covid-19, dizem que estão sendo rejeitados ou se deparando com uma burocracia desnecessária.
Milhares de médicos – a maioria aposentados, mas alguns nos setores público e privado – dispostos a fazer hora extra se disponibilizam para ajudar hospitais públicos desde março, mas poucos foram contatados, disse a principal associação de médicos de Portugal.
“Nada aconteceu, ou uma série de barreiras administrativas inexplicáveis foi imposta, incluindo a recusa de trabalho voluntário”, disseram mais de 100 dos médicos envolvidos em uma carta ao governo na segunda-feira.
“É pura incompetência”, disse o cirurgião Gentil Martins, um dos médicos que ofereceram os serviços e teve a iniciativa da carta, à emissora TVI. “São os pacientes que saem perdendo.”
O Ministério da Saúde não respondeu de imediato a um pedido de comentário.
O governo enfrenta críticas crescentes devido à maneira como lida com a pandemia, o que inclui um relaxamento de restrições na época do Natal que causou um pico, a rejeição de ajuda de hospitais particulares no ano passado e supostos fura-filas na vacinação.
O país de 10 milhões de habitantes acumula 767.919 casos de Covid-19 e 14.354 mortes, e está com dificuldade para tratar quase 7 mil pacientes de Covid-19 em hospitais e unidades de tratamento intensivo.
Na semana passada, a Alemanha enviou uma equipe de médicos militares para ajudar