Commodities

Em 2020, mercado petrolífero será mais equilibrado, avalia Opep

28 nov 2019, 9:08 - atualizado em 28 nov 2019, 9:08
A Opep e aliados enfrentarão uma escolha difícil quando se reunirem na capital austríaca nos dias 5 e 6 de dezembro (Imagem: Reuters/Leonhard Foeger)

A Opep espera um equilíbrio no mercado de petróleo em 2020, caso mantenha os níveis atuais de produção. É o mais novo sinal de que o cartel e aliados se preparam para manter os cortes de produção existentes na reunião da semana que vem.

Dados apresentados em Viena esta semana ao Conselho da Comissão Econômica do grupo, que analisa o mercado de petróleo antes das reuniões ministeriais e, às vezes, recomenda políticas, mostram que um excedente da oferta de petróleo no primeiro semestre de 2020 deve ser compensado por um déficit nos últimos seis meses do ano, segundo os delegados.

O relatório elaborado para a comissão pela secretaria da Organização dos Países Exportadores de Petróleo não analisou a perspectiva de cortes mais profundos na produção, nem considerou se deveria estender os atuais limites além do prazo no fim de março, disseram os delegados, que pediram para não ser identificados porque as informações são confidenciais.

É improvável que a reunião de dois dias da comissão, que termina na quinta-feira, recomende cortes mais profundos, disse um delegado.

A Opep e aliados, ou Opep+, que incluem a Rússia e o Cazaquistão, enfrentarão uma escolha difícil quando se reunirem na capital austríaca nos dias 5 e 6 de dezembro.

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Se as previsões mais sombrias para o crescimento da demanda forem combinadas, preços poderiam cair abaixo de US$ 50 o barril em 2020 (Imagem: Reuters/Vladimir Soldatkin)

O mercado de petróleo está sendo puxado em direções opostas por forças poderosas sobre as quais tem pouco controle – a guerra comercial do presidente dos EUA, Donald Trump, com a China, uma esperada desaceleração do setor de gás de xisto americano e sinais conflitantes sobre a saúde geral da economia global.

Se as previsões mais sombrias para o crescimento da demanda forem combinadas com uma expansão desenfreada da oferta por membros fora da Opep, bancos como Citigroup e BNP Paribas dizem que os preços poderiam cair abaixo de US$ 50 o barril em 2020.

No entanto, o secretário-Geral da Opep, Mohammad Barkindo, adota uma linha mais otimista e destaca “pontos mais positivos para as perspectivas de 2020”, argumentando que qualquer fraqueza do mercado no início do ano será passageira.

Conversas em Moscou

Uma outra reunião na quinta-feira em Moscou deu sinais semelhantes de que a Opep+ se prepara para manter os atuais cortes. Após conversas com o ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, executivos de empresas de petróleo, como Lukoil e Russneft, disseram que concordaram em manter o acordo atual sem alterar os termos.

“Todos propusemos que continuemos negociando com os mesmos parâmetros e nos reencontremos no fim do primeiro trimestre para mais discussões”, disse Ravil Maganov, primeiro vice-presidente da Lukoil, a repórteres após a reunião.

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Após conversas com o ministro de Energia da Rússia, Alexander Novak, executivos de empresas de petróleo, como Lukoil e Russneft, disseram que concordaram em manter o acordo atual sem alterar os termos (Imagem: Michael Parulava/Unsplash)

É muito cedo para dizer se o acordo precisa ser estendido para além de março, disse Sergey Donskoy, membro do conselho da Irkutsk Oil. “Não vamos fazer movimentos bruscos”, afirmou.

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