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Elon Musk investe em bitcoin, ether e doge, mas será que a Tesla voltará a aceitar bitcoin?

21 jul 2021, 17:00 - atualizado em 21 jul 2021, 17:00
Elon Musk, o bilionário não tão mais queridinho dos “bitcoiners”, tenta se redimir, afirmando que existe alocação pessoal e comercial em criptomoedas (Imagem: Reuters/Joe Skipper/File Photo)

Nesta quarta-feira (21), Elon Musk confirmou que tanto a Tesla (TSLATSLA34) como a SpaceX investem em bitcoin (BTC) em um debate com Jack Dorsey, CEO do Twitter (TWTR34), e Cathie Wood, CEO da Ark Invest.

No evento The B Word, Musk disse que apoia o bitcoin e as criptomoedas, apesar de seu ceticismo em relação aos conceitos “proof-of-work” (PoW) — algoritmo que depende do processo de mineração para garantir a segurança do blockchain.

Ele afirmou que a única ação listada em bolsa que ele investe é a da Tesla, mas que os únicos “três ativos importantes” que ele possui, fora o papel de sua empresa, são bitcoin, ether (ETH) e dogecoin (DOGE), e que ele possui “bem mais bitcoin do que ether ou doge”.

Além de seus investimentos privados, ele confirmou que a SpaceX também investe em bitcoin. Musk virou manchete este ano ao anunciar a alocação de US$ 1,5 bilhão em bitcoin à tesouraria da fabricante de veículos elétricos. Já que a SpaceX é uma empresa privada, ainda não se sabia que a empresa de exploração espacial também investia em cripto.

Musk não divulgou a quantidade de bitcoins que a SpaceX possui. A empresa poderia se aprofundar ainda mais em cripto, segundo os comentários do bilionário.

“O próprio bitcoin não pode ser um sistema monetário mundial com sua camada-base mas, em segunda cama, é possível, dependendo da forma como será implementado”, disse ele.

Musk disse que a SpaceX tem um “grande papel” nessa visão para o futuro do bitcoin, apesar de não ter esclarecido como a empresa está fomentando essa visão.

Energias renováveis

Musk é a favor do uso da energia nuclear para a mineração de bitcoin e que a Tesla pode voltar a aceitar a criptomoeda (Imagem: Unsplash/mcktrts)

Musk reiterou que a Tesla voltará a aceitar bitcoin quando as fontes de energia renovável atingirem 50%. Tesla também pode ter um papel na solução desse problema, segundo Musk, pois possui fortes relações na indústria de energias renováveis, além de suas próprias soluções de energia solar.

“A produção de energia não precisa ser pura como neve, mas não pode ser o carvão mais sujo do mundo para que a Tesla a apoie”, disse ele.

Musk também disse ser “pró-energia nuclear” e que usinas nucleares são seguras, apesar da opinião pública — e esclareceu que estava falando de “fissão, e não fusão”.

“Na Tesla, realmente tentamos ser os caras bonzinhos. Isso não significa que não erramos, mas estamos tentando”, esclareceu ele.

Wood afirmou que a rede bitcoin já está bem adiantada, em comparação a outras indústrias:

Eu realmente acredito que o bitcoin será bem mais amigável ao meio ambiente em relação à mineração de ouro ou ao setor tradicional de serviços financeiros. De diversas maneiras, já é.

Dorsey e a descentralização

Jack Dorsey Reuters
O CEO do Twitter há tempos apoia a maior criptomoeda do mundo e preza pela importância que o ativo tem na vida das pessoas (Imagem: Reuters/Mike Segar)

Musk perguntou se o Twitter está considerando aceitar pagamentos por anúncios em criptomoedas.

Dorsey disse que “sem dúvidas”, apesar de não ser um foco principal da rede social. Se cripto tivesse surgido com a criação da internet, o modelo de propagandas poderia não ser tão predominante nas redes sociais.

Porém, já que anunciantes são uma realidade, ele está focado em impulsionar os aspectos de descentralização da comunidade cripto. Por esse motivo, Dorsey disse que seu “maior foco” é BlueSky — seu projeto descentralizado de rede social. Ainda está nos estágios iniciais, segundo Dorsey.

O debate

Musk e Dorsey concordaram em participar de um painel no evento The B Word (ou “a palavra que começa com B”, em tradução literal) após discutirem no Twitter.

Dorsey tuitou seu apoio ao evento e Musk respondeu que o título talvez fizesse referência a “bi-curioso” (no âmbito das orientações sexuais), e não ao bitcoin, a maior criptomoeda em termos de capitalização de mercado.

Dorsey disse que o comentário era “bizarro” e sugeriu que os dois conversassem no evento que, em seguida, Musk chamou de “bitcurious” (ou “curioso em relação ao bitcoin”).

Cathie Wood também participou do bate-papo com Musk e Dorsey, sendo a peça-chave do ponto de vista dos serviços financeiros em relação às criptomoedas.

Há tempos, Dorsey é um defensor do bitcoin e da Lightning Network. Em junho, ele havia participado da Bitcoin Conference, em Miami, na Flórida, onde anunciou que Square (SQ), sua empresa de pagamentos, planeja desenvolver uma carteira de hardware de bitcoin.

Este mês, Dorsey anunciou que a Square também irá desenvolver uma “plataforma de desenvolvimento aberto” para serviços financeiros ligados ao bitcoin.

A Square também aposta no sucesso do bitcoin, alocando cerca de 1% de seus ativos em bitcoin após uma aquisição de US$ 50 milhões em outubro de 2020.

Apesar de suas opiniões historicamente entusiásticas sobre criptomoedas, Musk é um cético em comparação a Dorsey. Embora tenha sido um defensor do bitcoin, ele sempre se preocupou com as consequências ambientais.

Após acrescentar “bitcoin” ao seu perfil do Twitter, alocar US$ 1,5 bilhões em bitcoin à tesouraria da Tesla e permitir que veículos elétricos fossem pagos com a criptomoeda, Musk mudou rapidamente de ideia.

Ele se preocupava com o uso de energia elétrica pela comunidade de mineração de bitcoin.

A Tesla suspendeu pagamentos em bitcoin — apesar de Musk ter publicado uma votação no Twitter, questionando se a empresa deveria aceitar dogecoin. Ele apoia o token de meme.

Ainda assim, ele disse estar interessado em encontrar soluções e até se reuniu com Michael Saylor, CEO da MicroStrategy (MSTR) — empresa conhecida por seu investimento bilionário em bitcoin —, que organizou o chamado “Bitcoin Mining Council (BMC) para combater narrativas negativas da imprensa em relação à mineração de criptomoedas. 

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