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Elon Musk e o Twitter (TWTR): Compra da rede social pode acabar em multa de US$ 1 bilhão

07 jun 2022, 14:08 - atualizado em 07 jun 2022, 17:36
Elon Musk
Estima-se que Elon Musk já perdeu 16,3% do seu patrimônio líquido desde que a sua oferta pelo Twitter se tornou pública (Imagem: Wikimedia Commons)

Elon Musk segue enigmático em relação a compra do Twitter (TWTR). Para o homem mais rico do mundo, a empresa está violando o acordo de US$ 44 bilhões, porque não está oferecendo a ele as informações que precisa, como comprador, sobre “bots”, isto é, os robôs.

A reclamação não é nova. Musk já tuitou sobre isso antes, mas, desta vez, ele apoiou tuites colocando-os em um arquivamento da SEC e nomeando advogados para defender seu caso.

Enquanto isso, o Twitter prepara seu próprio poder de fogo legal, segundo o Business Insider.

As ações do Twitter caíam cerca de 1,9%, para 39,34 dólares cada, por volta de 16h (horário de Brasília), nesta terça-feira (07). A proposta de Musk foi de 54,20 dólares por ação, de acordo com a Reuters.

“O Twitter tem (compartilhado) e continuará compartilhando informações cooperativamente com Musk para consumar a transação nos termos do acordo”, disse a empresa em comunicado na segunda-feira (06). A companhia pretende fechar o negócio no preço e nos termos acordados, acrescentou o Twitter.

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A continuação da história pode ser nos tribunais (e em multa)

A recusa do CEO da Tesla (TSLA) e da SpaceX pode levar o impasse para a justiça.

Acontece que se a rejeição de Musk ameaçar radicalmente refazer ou destruir o acordo, o Twitter pode pedir aos tribunais que o coloquem na linha, disseram especialistas jurídicos ao Insider.

Sob os termos do acordo anunciado em abril, o homem mais rico do mundo e o Twitter concordaram em resolver quaisquer disputas em Delaware, estado dos EUA, o local ideal para litígios de fusões e aquisições que é tido como favorável aos negócios.

Essa brincadeira pode sair cara. De acordo com um documento da SEC divulgado em abril, cada lado concorda em pagar à outra parte uma multa de US$ 1 bilhão se não honrar o acordo.

“Musk tem claramente direito aos dados solicitados para permitir que ele se prepare para a transição dos negócios do Twitter para sua propriedade e para facilitar o financiamento da transação”, disseram seus advogados na carta do bilionário à empresa nesta segunda-feira (06).

Preocupação ou paranoia?

A preocupação do bilionário com os “bots” na plataforma continua depois que o Twitter disse que essas contas representam menos de 5% de seus 230 milhões de usuários.

Ele insiste em realizar sua própria análise e alega que o percentual deve ser ao menos de 20%. Musk disse que precisa dos dados para realizar uma análise própria dos usuários do Twitter, já que não acredita nas “metodologias de teste negligentes” da empresa, conforme divulgou a Reuters.

Porém, esse tipo de posicionamento por parte do bilionário já era esperado.

Outros detalhes do acordo divulgado em abril incluem garantir que ambas as partes não sejam distraídas por desenvolvimentos externos que possam afetar o valor do Twitter antes do fechamento do negócio.

O documentou também exige que Musk se comporte enquanto estiver na plataforma de mídia social. Seus tuites não devem “depreciar a empresa ou qualquer um de seus representantes”, embora o bilionário “deva ter permissão para emitir tuites sobre a fusão ou as transações aqui contempladas”.

Isso provavelmente decorre de preocupações sobre como os tuites de Musk, para seus 96.9 milhões de seguidores podem influenciar a opinião pública sobre a plataforma.

Parece que o CEO da Tesla e da SpaceX sabia que essa cláusula iria aparecer – no início de abril, ele excluiu uma série de tuites críticos ao Twitter, como relatou a CNBC.

A novela continua e com um preço alto para Musk

O caso segue cheio de especulações. Um funcionário disse na segunda-feira (06),  como revelou o Insider, que, se Musk está simplesmente tentando forçar uma renegociação do preço do acordo, dado o quanto o valor das ações do Twitter e da Tesla (as participações do CEO estão sendo parcialmente usadas para financiar sua aquisição da rede social) caíram desde que estabeleceu o acordo. O Twitter não deve ceder a qualquer pressão, segundo o Insider.

Além disso, a estimativa é que o patrimônio líquido do homem mais rico do mundo caiu de US$ 251 bilhões para US$ 210 bilhões, ou 16,3%, desde que sua oferta se tornou pública em 14 de abril, segundo o Bloomberg Billionaires Index.

Isso ocorre porque as ações da Tesla caíram 29% desde que o CEO lançou sua oferta no Twitter e a maior parte da fortuna dele consiste em ações da fabricante de carros elétricos.

Independente do desfecho dessa novela o prejuízo será grande. Musk fez alguns movimentos para reduzir sua exposição, mas ainda teria que pagar os custos do serviço da dívida de centenas de milhões no empréstimo de margem, além de obter quase US$ 30 bilhões em financiamento de capital.

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