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Elon Musk e o Twitter (TWTR): Afinal, o que faz o conselho de uma empresa?

18 abr 2022, 16:55 - atualizado em 18 abr 2022, 17:03
Elon Musk
Elon Musk, homem mais rico do mundo, está fora do conselho do Twitter. Veja o que faz o conselho de uma empresa. (Imagem: Reuters/Hannibal Hanschke/Pool)

O ditado popular diz que “se conselho fosse bom a gente não dava, vendia” — e Elon Musk, homem mais rico do mundo segundo a Forbes e a Bloomberg, parece concordar com a afirmação.

Musk, que na semana passada recusou participar do conselho do Twitter, segue tentando comprar a rede social.

Recentemente, após oferecer US$ 43 bilhões para comprar companhia, Musk insinuou que faria uma oferta na qual contornaria o conselho do Twitter (TWTRTWTR34) e a colocaria diretamente para os acionistas, escrevendo: “Seria totalmente indefensável não colocar essa oferta em votação para os acionistas”.

Afinal, o que faz o conselho de uma empresa?

Musk, que também é presidente-executivo da Tesla (TSLA), com sua capacidade de gerar oscilações no mercado vê o conselho do Twitter como um obstáculo para os seus planos de aquisição. Mas, afinal, o que faz o conselho de uma empresa?

“O conselho é responsável por orientar estrategicamente a companhia”, explica João Márcio Souza, CEO da Talenses Executive, empresa dedicada exclusivamente ao recrutamento de executivos para posições no Top Management (C-Level) e conselho de organizações.

Tecnicamente, existem dois tipos de conselho, pontua Souza: o administrativo para empresas de capital aberto ou misto, e o consultivo, para empresas de capital fechado.

Em linhas gerias, o conselho serve para “conseguir, junto aos acionistas e ao presidente, orientar os planos e as decisões mais estratégicas da companhia. Também criticar (no bom sentido) a gestão, sendo um ‘fiscalizador’ da gestão do negócio. Ele tem o papel de abrir os olhos da companhia aos riscos ao negócio. Alertar para os riscos questionando a gestão (CEO, acionista) sobre as decisões tomadas, sendo um agente moderador e mediador”, diz.

“Assim, o papel do conselheiro não é colocar a mão na massa, é olhar, analisar, alertar, mas nunca executar pelo presidente”, ressalta o especialista.

O poder do conselho e o que fica para Elon Musk

“O poder do conselho é limitado, se restringe muito a influência”, sintetiza Souza. Com isso, a troca de um presidente ou CEO de uma empresa leva em conta o conselho, mas é decidida pelo acionista controlador e os acionistas decidem com base na influência do conselho que atua de forma colegiada.

O acionista controlador é, basicamente, quem manda no negócio.

Porém, nas empresas de capital aberto existem outros poderes. Mesmo se uma pessoa for a detentora majoritária de papéis, mas não for considerada o melhor para o negócio ou para o mercado, ela pode ser afastada da empresa, como aconteceu com Steve Jobs na Apple (AAPL; AAPL34) aponta o especialista.

Depois de seu período de afastamento, Jobs retornou para a gigante de tecnologia que passou por uma reestruturação para recebê-lo.

Portanto, ser o acionista principal quer dizer que você detém maior parte dessa companhia, isto é, que você tem a maior quantidade de ações ordinárias com direito a voto.

Contudo, explica Souza, a área de relação com investidores é tida como crucial, pois ao ter o capital aberto a pressão por resultados é maior e “deve dar uma satisfação para essas pessoas”, visto que os acionistas são como sócios que precisam ser respeitados.

“Se o Elon Musk comprar uma boa parte [da empresa] ele tem uma voz mais forte, a vontade dele pode prevalecer”, aponta. Entretanto, é necessário seguir as regras respeitando os outros acionistas e o mercado, para garantir a sobrevivência da empresa.  

“O Twitter vai ter mais a cara dele [Elon Musk] do que a do acionista anterior”, afirma Souza sobre Musk se tornar o acionista principal.

Por enquanto, o bilionário segue usando a rede para fazer o que gosta: chamar atenção. 

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Estagiária
Formada em Gestão de Negócios e Inovação pela Fatec Sebrae e, atualmente, estudante de Jornalismo da Faculdade Cásper Líbero. Tem como propósito atuar visando os princípios éticos do jornalismo com comprometimento com a informação de qualidade e o combate à desinformação.
gabriela.occhipinti@moneytimes.com.br
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