Elon Musk diz que vai para local de alta radiação e ‘comer alimentos cultivados na TV’; entenda
Em mais uma de suas frases polêmicas, o homem mais rico do mundo, Elon Musk, afirmou que “vai viajar para um local de alta radiação e comer alimentos cultivados em uma televisão”. Mas calma: ele ainda não está “viajando” (nem no sentido literal, nem no figurado da palavra).
A afirmação de Musk, feita em seu perfil no Twitter, aconteceu depois de ele dizer que “a Europa deveria reiniciar suas usinas nucleares inativas em meio a temores de que a invasão russa da Ucrânia desencadeie uma escassez de fornecimento de gás”.
“Para aqueles que (erroneamente) acham que isso é um risco de radiação, escolha o que você acha que é o pior local. Vou viajar para lá e comer comida cultivada localmente na TV”, disse ele.
Segundo Musk, ele “fez isso no Japão há muitos anos, pouco depois de Fukushima”.
“O risco de radiação é muito, muito menor do que a maioria das pessoas acredita”, disse.
For those who (mistakenly) think this is a radiation risk, pick what you think is the worst location. I will travel there & eat locally grown food on TV.
I did this in Japan many years ago, shortly after Fukushima. Radiation risk is much, much lower than most people believe.
— Elon Musk (@elonmusk) March 6, 2022
O tuite, obviamente, causou um rebuliço nas redes sociais.
Em resposta, Jim Osman, fundador do Edge Consulting Group, disse a Musk que locais de energia nuclear podem dar certo “até que um seja mal administrado novamente e vaze em todos os lugares. Esse é o risco de mais [usinas nucleares]”.
Segundo o estudo anual World Nuclear Industry Status Report (WNISR) de 2019, a energia nuclear, além de ser mais devagar, também é mais cara que as renováveis.
“Estabilizar o clima é urgente, a energia nuclear é lenta”, disse Mycle Schneider, principal autor do relatório, à agência de notícias Reuters. “Não atende a nenhuma necessidade técnica ou operacional que os concorrentes de baixo carbono não possam atender melhor, mais barato e mais rápido”, continuou à época.
Segundo o WNISR, desde 2009, o tempo médio de construção de reatores em todo o mundo foi de pouco menos de 10 anos.
O custo de geração de energia solar, por exemplo, aria de US$ 36 a US$ 44 por megawatt-hora (MWh), segundo a instituição, enquanto a energia eólica onshore chega a US$ 29 a US$ 56 por MWh.
A energia nuclear, por sua vez, custa entre US$ 112 e US$ 189.