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Elon Musk: As maiores tretas do ex-homem mais rico do mundo em 2022

21 dez 2022, 13:12 - atualizado em 21 dez 2022, 14:02
Elon Musk
Veja os principais acontecimentos em que Elon Musk esteve envolvido em 2022 (Imagem: REUTERS/Adrees Latif)

O ano de 2022 foi movimentado, com diversos acontecimentos marcantes no mundo todo. Mas para Elon Musk, o ano teve um temperinho especial.

Detentor do título de “homem mais rico do mundo” até os 45 do segundo tempo, Musk teve um ano inteiro presente nos holofotes da mídia, tanto pela compra do Twitter por U$ 44 bilhões quanto por se meter em briga judicial com um baterista de heavy metal — com mais U$ 56 bilhões em jogo.

Money Times reuniu os principais acontecimentos envolvendo o nome do bilionário em 2022. Confira.

Elon Musk x Twitter: A novela

A treta envolvendo Elon Musk e Twitter durou longos meses e passou por várias reviravoltas, dignas de novela.

Tudo começou em abril deste ano, quando Musk anunciou querer comprar a maioria das ações do Twitter, em um acordo bilionário.

Segundo o documento publicado na US Securities and Exchange Commission (SEC), espécie de Comissão de Valores Mobiliários (CVM) norte-americana, Musk ofereceu US$ 54,20 por ação do Twitter.

“O Twitter tem um potencial extraordinário. Vou desbloqueá-lo”, disse Musk em carta ao presidente do Twitter, Bret Taylor, segundo o documento.

Entretanto, a primeira reviravolta veio quando Musk tentou desistir da compra, alegando que a companhia teria mentido sobre o número de contas falsas e spam. O caso foi levado ao tribunal.

Em meio a um acordo de bilhões, o Twitter foi à justiça para concretizar o negócio. A compra foi finalmente realizada em outubro, por US$ 54,20 cada papel, totalizando cerca de U$ 44 bilhões.

Elon Musk

Contudo, a novela não se encerrou por aí, visto que Elon Musk teve caóticos dois meses no comando do Twitter. Em retrospecto, os três principais pontos são:

  • Demissões em massa e condições dura de trabalho;
  • Início caótico de política de verificados;
  • A moderação no Twitter e a volta de perfis banidos.

Confira aqui os detalhes do início de Elon Musk no comando da empresa.

Nesta semana, Musk fez uma enquete questionando o público sobre sua permanência como CEO do Twitter. Cerca de 57,5% dos votos foram a favor do “Sim”, enquanto 42,5% foram contra a ideia de ele deixar de ser o presidente do Twitter, segundo a pesquisa que o bilionário lançou no domingo à noite. Mais de 17,5 milhões de pessoas participaram da votação.

Nesta quarta-feira (21), Musk fez um tuíte dizendo que vai deixar o cargo assim que encontrar alguém “tolo” o suficiente para aceitar o cargo.

“Vou renunciar ao cargo de CEO assim que encontrar alguém tolo o suficiente para aceitar o cargo! Depois disso, apenas conduzirei as equipes de software e servidores.” disse em tuíte.

Novas cenas da novela ainda podem ser aguardadas para 2023.

Musk x funcionários do Twitter

Um recorte da novela com o Twitter, os primeiros a sentirem os impactos da compra foram os funcionários da companhia.

Buscando o corte de gastos, Musk colocou em prática um programa de demissões. Contudo, logo que anunciou que eliminaria cerca de 3.700 empregos da plataforma de mídia social, o Twitter foi alvo de uma ação coletiva que foi protocolada no tribunal de San Francisco. Os trabalhadores alegam que a empresa não cumpriu os requisitos de aviso prévio, violando leis federais e da Califórnia.

A ação de Musk atingiu diversos escritórios pelo mundo, cortando, em alguns deles, cerca de 90% da força de trabalho. O Twitter contava com uma força total de 7 mil funcionários.

O processo foi tão acelerado que, em diversos casos, o novo comando do Twitter chegou a demitir pessoas por engano, antes mesmo que se percebesse que suas experiências eram necessárias para desenvolver as novas atribuições que Musk deseja na plataforma.

Os empregados que conseguiram salvar os seus empregos da onda de cortes também não pouparam o bilionário de críticas.

Além disso, Elon Musk teria enviado um e-mail aos funcionários do Twitter dizendo que todos deverão aceitar uma cultura “extremamente dura”, no que se refere ao trabalho nos próximos tempos na plataforma.

Funcionários da empresa desabafaram sobre as demissões na rede social, usando a hashtag #OneTeam.

A usuária Rachel Bonn tuitou: “Na quinta-feira passada no escritório de SF (São Francisco), foi realmente o último dia em que o Twitter foi o Twitter. Grávida de 8 meses e com um filho de 9 meses. Acabei de ser cortada do acesso ao laptop.”

Musk x jornalistas

Neste mês de dezembro, o Twitter suspendeu algumas contas de vários jornalistas que escreveram recentemente sobre Elon Musk e o bilionário publicou mensagem na plataforma afirmando que as regras da rede social proíbem a publicação de informações pessoais.

Respondendo sobre as suspensões de contas, Musk escreveu que “as mesmas regras de doxxing se aplicam a ‘jornalistas’ e a todos os outros”, uma referência às regras do Twitter que proíbem o compartilhamento de informações pessoais.

O tuíte de Musk diz respeito à suspensão de uma conta do Twitter que rastreia seu jato particular em tempo real usando dados disponíveis em domínio público. Musk ameaçou processar o operador da conta, dizendo que seu filho havia sido seguido por engano por um “stalker maluco”.

Entre as contas de jornalistas suspensas está a do repórter do Washington Post Drew Harwell (@drewharwell), que escreveu no Mastodon que havia escrito recentemente sobre Musk e publicado links para “dados adquiridos legalmente e disponíveis ao público”.

As contas do repórter do Times Ryan Mac (@rmac18), do repórter da CNN Donie O’Sullivan (@donie) e do repórter do Mashable Matt Binder @MattBinder também foram suspensas, assim como a do jornalista independente Aaron Rupar (@atrupar), que cobre política norte-americana.

Um porta-voz do The New York Times chamou as suspensões de “questionáveis e infelizes. Nem o Times nem Ryan receberam qualquer explicação sobre por que isso ocorreu. Esperamos que todas as contas dos jornalistas sejam restabelecidas e que o Twitter forneça uma explicação satisfatória para esta ação”.

Elon Musk reativou as contas no Twitter de vários jornalistas após a repercussão.

“As pessoas falaram. Contas que rastrearam minha localização serão reativadas agora”, tuitou Musk.

Musk x baterista de heavy metal

Richard Tornetta, baterista de thrash metal, entrou com uma ação judicial contra Elon Musk em 2018 e espera tirar do ex-homem mais rico do mundo um pagamento de US$ 56 bilhões. O caso avançou para julgamento em novembro de 2022.

Tornetta, entrou com processo contra Musk e o conselho da Tesla em nome da empresa no que é conhecido como ação judicial derivada de acionistas. Se for bem-sucedido, um pagamento a Musk de U$ 56 bilhões, em 2018, será rescindido, beneficiando a Tesla. Tornetta não está pedindo indenização para si mesmo.

Não está claro por que Tornetta ingressou com o caso. Ele não respondeu a um pedido de comentário da Reuters e seus advogados se recusaram a comentar.

Até o momento de publicação desta matéria, o caso não foi concluído.

Tesla, de Elon Musk x Nasdaq

Apesar de as grandes tretas deste ano estarem atreladas ao Twitter, a Tesla (TSLA) também está envolvida nas tretas que Elon Musk precisa lidar.

Na semana passada, Elon Musk vendeu mais de US$ 3,5 bilhões em ações da Tesla, em sua segunda rodada de vendas desde que comprou o Twitter. Com a operação desta semana, o CEO da Tesla se desfez de mais de US$ 39 bilhões em ações da fabricante de veículos elétricos desde que o preço do papel atingiu o pico, em novembro de 2021.

Embora ainda seja a montadora mais valiosa do mundo, a Tesla já perdeu mais de US$ 700 bilhões em capitalização de mercado desde a máxima histórica de sua ação.

Na terça-feira (13), porém, Musk tuitou: “sob o risco de afirmar o óbvio, tenha cuidado com dívidas em condições macroeconômicas turbulentas, principalmente quando o Fed segue aumentando juros.”

Na última terça-feira (20), as ações da Tesla caíra 8% na Nasdaq, para US$ 141,80, após fechar abaixo de US$ 150 pela primeira vez em mais de dois anos na segunda-feira. Neste trimestre, os papéis caíram 48%, configurando um dos piores trimestres da história da companhia.

Musk x Apple

Elon Musk criticou a taxa que a Apple cobra dos desenvolvedores de software, incluindo o Twitter, por compras no aplicativo, e postou um meme sugerindo que ele estava disposto a “ir à guerra” em vez de pagar as tarifas.

No início de novembro, Musk disse que o Twitter teve uma queda “maciça” na receita e culpou grupos ativistas por pressionarem os anunciantes. No dia 28 de novembro, por meio de um tuíte que a Apple (AAPL) praticamente parou de anunciar no Twitter.

A Apple gastou cerca de US$ 131.600 em anúncios no Twitter entre 10 de novembro e 16 de novembro, abaixo dos US$ 220.800 entre 16 e 22 de outubro, uma semana antes de Musk concluir a aquisição do Twitter, segundo a empresa de medição de anúncios Pathmatics.

Várias empresas, incluindo General Mills e Audi, interromperam a publicidade no Twitter desde que Musk comprou a rede social por US$ 44 bilhões, enquanto a GM disse que interrompeu temporariamente a publicidade paga na plataforma.

Musk x Posto de homem mais rico do mundo

Elon Musk já não é o homem mais rico do mundo, segundo o ranking em tempo real da revista Forbes.

Após oscilar quatro vezes entre a primeira e a segunda posição, o CEO do Twitter se estabilizou na vice-liderança, atrás agora de Bernard Arnault, CEO da companhia de artigos de luxo LVMH. O empresário francês possui uma fortuna estimada em US$ 183,6 bilhões.

(Imagem: Shutterstock/Getty Images – Montagem: Julia Shikota)

De toda forma, Musk, que tem uma fortuna atual de US$ 181,3 bilhões, permanece próximo da liderança e tem uma distância considerável para o terceiro colocado, o indiano Gautam Adami, que possui participação em seis empresas de capital aberto que levam o seu nome.

Os custos do Twitter é apontado como um dos fatores para a perda do posto. De acordo com o Wall Street Journal, Musk enfrenta à frente da copanhia uma queda vertiginosa de receita, aumento da dívida e maiores custos de operação. O último resulta de um déficit de US$ 13 bilhões adquiridos por Musk na conclusão do acordo de compra.

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