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Eletrobras tem 90% de chances de continuar estatal; ações derretem

22 jan 2021, 14:43 - atualizado em 22 jan 2021, 14:43
Eletrobras Empresas Brasil
Sem um patrocinador forte no Senado, a votação do projeto de privatização da estatal poderia ficar para o segundo semestre de 2021 (Imagem: Reuters/Brendan McDermid)

A privatização da Eletrobras (ELET3;ELET6;ELET11), promessa que ganhou força após a eleição de Jair Bolsonaro em 2018, agora parece mais difícil. O candidato e favorito a levar a presidência no Senado, Rodrigo Pacheco, já adiantou que é a favorável a privatização, mas que a pauta não é uma prioridade no momento.

“Embora consideremos isso com cautela, dado o ambiente eleitoral (previsto para fevereiro), não está claro se o Sr. Pacheco mudará sua posição atual”, afirma o analista Francisco Navarrete Ricardo, que assina o relatório da Ágora enviado a clientes.

Segundo ele, sem um patrocinador forte no Senado, a votação do projeto de privatização da estatal poderia ficar para o segundo semestre de 2021, o que seria negativo, “à medida que nos aproximamos de 2022, os políticos estarão focados nas eleições presidenciais e estaduais, deixando de lado temas polêmicos como privatização”.

Diante disso, a corretora rebaixou a recomendação dos papéis para neutro até que as eleições no Congresso sejam realizadas.

“Nosso novo preço-alvo estimado para 2021 de R$ 39,00 e R$ 41,00 para ELET3 e ELET6 inclui uma probabilidade de 90% e 10% de a empresa permanecer uma estatal no futuro previsível contra ser privatizada”, afirma.

Risco retorno atraente

Apesar disso, do ponto de vista da avaliação, o risco retorno é atraente, observa ele. O valor justo estimado do Bradesco BBI para a estatal é R$ 33, um desconto de cerca de 6% em relação ao atual preço das ações.

“No entanto, se a privatização da Eletrobras se tornar contenciosa e o Congresso se arrastar para aprovar o projeto, a equipe de gestão liderada por Wilson Ferreira pode sair por falta de visibilidade no futuro – ele se juntou em 2016 para resgatar a companhia da quase falência e ajudar a privatizá-la”, observa.

Com medo que a elétrica se torne uma “estatal ruim”, logo os papéis da empresa iriam desabar– nesse cenário, a estimativa de preço-alvo cai para R$ 24.

Por volta das 14h25, os papéis ordinários da empresa caiam 5,11%, a R$ 29,70.

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