Eletrobras: O que os mercados não gostaram no resultado do terceiro trimestre?
A Eletrobras (ELET3;ELET6) divulgou o seu resultado na noite da última terça-feira (16) com lucro líquido de R$ 965 milhões, bem menor do que os R$ 2,5 bilhões no ano passado. O consenso do mercado apontava para um lucro de R$ 1,8 bilhão.
Um provisionamento inesperado de R$ 9 bilhões pesou na conta da elétrica. E o mercado não gostou:,os papéis ordinários caíram 6,6%, figurando entre as maiores quedas do Ibovespa.
De acordo com Safra, esse reconhecimento poderia diminuir o valor da Eletrobras após a sua privatização. Já o BTG afirma que precisa entender melhor o que levou a esse aumento, visto que é um componente importante no processo de venda da estatal.
Para a Ágora Investimentos, à primeira vista, o impacto desse valor no balanço é negativo. No entanto, Francisco Navarrete e José Cataldo, que assinam o relatório, afirmam que o risco de provisões adicionais relacionadas ao passivo de empréstimo obrigatório não é novo para os investidores.
Além disso, os analistas lembram a vitória no caso Roma. Na última semana, a empresa conseguiu no STJ (Superior Tribunal de Justiça) reverter uma decisão que poderia gerar provisões de até R$ 12 bilhões.
“O empréstimo compulsório é uma das maiores dores da Eletrobras, pois, sendo uma estatal, a capacidade de se defender é muito superada pelos investidores e grandes empresas industriais que processam a empresa em mais de 4 mil casos diferentes”, completam.
Mesmo com esses entraves, o Safra mantém a recomendação outperform, ou seja, desempenho acima da média do mercado, com preço-alvo R$ 53,8, potencial de alta 55,8%.
Segundo o banco, o processo de privatização sustenta a visão otimista.
Resultados
Para o Safra, do lado operacional, a elétrica divulgou um resultado positivo, com os braços de geração e transmissão se beneficiando com a alta da inflação, enquanto os custos permaneceram sob controle.
O ebitda, que mede o resultado operacional, somou R$ 4,6 bilhão, 24% acima da estimativa e 61% melhor que o projetado pelo consenso.
No terceiro trimestre do ano, a empresa investiu R$ 1 bilhão, sendo R$ 570 milhões na geração de energia. Desses, R$ 375 milhões foram destinados à Usina de Angra 3.