Eletrobras mantém investimentos, mas quarentena pode atrapalhar licenças, diz CEO
A estatal Eletrobras (ELET3) mantém a intenção de investir cerca de 5,3 bilhões de reais em 2020, conforme previsto em seu plano de negócios, mesmo em meio à pandemia de coronavírus, disse nesta quarta-feira o presidente da elétrica, Wilson Ferreira Jr.
Serviços de geração e transmissão de energia foram definidos pelo governo como essenciais, o que permite à companhia continuar com suas atividades, incluindo obras, acrescentou o executivo, ao participar de transmissão ao vivo realizada pelo banco Safra.
A projeção de manutenção de investimentos da Eletrobras no momento de crise do coronavírus vem após a companhia ter vendido ao longo de 2018 suas distribuidoras de energia, segmento do setor elétrico que vem sofrendo com inadimplências e outras consequências da pandemia.
O executivo destacou, no entanto, que alguns cronogramas podem ser impactados pelas quarentenas adotadas pelo país para conter a disseminação do vírus, principalmente em empreendimentos ainda em fase de licenciamento ambiental.
“Nós não interrompemos… nós continuamos com todos investimentos que tínhamos aprovado em nosso Plano de Negócios”, afirmou Ferreira.
“Coisas que podem às vezes interferir é que você tem, nos investimentos na área de energia, necessidade de licenças e etc., e precisa ver em que medida esses processos de quarentena podem interferir, às vezes (gerar) um pequeno atraso”, ressaltou.
O presidente da Eletrobras citou como exemplo o projeto de um linhão de transmissão entre Manaus (AM) e Boa Vista (RR), uma parceria da estatal com a privada Alupar, que ainda aguarda liberação para início de obras.
Antes da pandemia, autoridades do governo projetavam para abril a liberação da licença de instalação do projeto, que conectará Roraima ao sistema elétrico interligado do Brasil.
Ferreira não revelou uma nova projeção para a obtenção da licença, mas defendeu que o investimento no linhão está mantido e disse que o projeto “é importante para o país”.