Eletrobras estima entrada de até R$ 5,1 bilhões com eventual aumento de capital
A Eletrobras (ELET3; ELET5; ELET6) estimou nesta quarta-feira que poderá levantar até 5,1 bilhões de reais com um planejado aumento de capital por subscrição de até 9,98 bilhões de reais, segundo uma apresentação da empresa divulgada ao mercado.
Nesse cenário, um mínimo de 4,05 bilhões seria integralizado pela União, controladora da empresa, por meio da capitalização de Adiantamentos para Futuro Aumento de Capital (AFACs). O montante máximo inclui a participação de fundos do governo, BNDES e 100% dos minoritários.
No cenário em que 60% dos minoritários participem, além da União, a entrada de recursos seria de 1,9 bilhão de reais.
Na véspera, a estatal informou a aprovação pelo seu conselho de administração de convocação de assembleia de acionistas em 14 de novembro para deliberar sobre o tema.
A estatal havia informado antes que as ações emitidas na operação terão preço unitário de 35,72 reais para novos papéis ordinários e de 37,50 reais para os preferenciais de classe B.
O valor foi definido com base na média ponderada dos últimos 30 pregões da bolsa B3 antes de 7 de outubro pelo volume de ações negociadas no período, considerando-se deságio de 15%. Os acionistas terão direito de preferência para subscrevernovas ações na proporção de suas participações da companhia.
A Eletrobras adicionou que os novos recursos levantados com a operação visam a reforçar o caixa e fazer frente a seu Plano de Negócios e Gestão 2019-23, incluindo despesas com planos de desligamento, reperfilamento de dívida e desalavancagem.
Na apresentação desta quarta, a Eletrobras reforçou a opção de acionistas com direitos a dividendos referentes a 2018 ainda não pagos usem esses créditos para subscrever ações no aumento de capital, o que pode evitar desembolso de caixa pela empresa.
No melhor cenário, a saída de caixa evitada, com dividendos capitalizados, seria de 801 milhões de reais. Na outra hipótese, mais conservadora, a saída evitada seria de 322 milhões.
Além da aprovação pela assembleia, a operação depende da emissão de decreto presidencial, que deve ser emitido até a data da assembleia, segundo proposta da administração da Eletrobras.
Pelo cronograma, a conclusão do processo do aumento de capital acontecerá em dezembro.
A Eletrobras negou notícias de que o aumento de capital ocorrerá por falta de apoio no Congresso ao processo de desestatização da empresa, previsto para 2020.