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Eletrobras (ELET6): O que Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) ensinam sobre usar FGTS para comprar ação

20 maio 2022, 16:09 - atualizado em 20 maio 2022, 16:09
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Agora vai? TCU e Congresso já deram sinal verde para a privatização da Eletrobras (ELET6); trabalhadores poderão usar FGTS para comprar ações (Imagem: Divulgação/Eletrobras)

O saldo das contas do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) poderá ser utilizado por trabalhadores com intuito de comprar ações no processo de privatização da Eletrobras (ELET6).

Quem tiver o interesse de adquirir papéis da empresa poderá utilizar até 50% do dinheiro em suas contas. Mas utilizar o Fundo de Garantia para investir em renda variável é, mesmo, uma boa ideia? Afinal, ações estão sujeitas ao humor do mercado, que oscila ao sabor de eventos políticos, econômicos e corporativos.

A resposta pode ser encontrada em duas experiências passadas, em que o governo autorizou o uso do FGTS para investir em ações: a da  Vale (VALE3), em 2002, e a daPetrobras (PETR4), que permitiu, em duas ocasiões (2000 e 2010) o uso do Fundo para comprar ações.

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FGTS e a Petrobras (PETR4)

A compra das ações da estatal se deu por meio dos fundos mútuos de privatização, criados nos anos 2000 com o intuito de possibilitar o investimento do FGTS em ações de empresas estatais. Na ocasião, os trabalhadores puderam aplicar até 50% do seu saldo em ações da petroleira.

Quem optou por investir na Petrobras obteve uma rentabilidade de 619,67% no período de 10 de agosto de 2000 até 10 de setembro de 2010. Em contrapartida, quem preferiu manter o dinheiro no fundo teve um retorno de 65,62% no mesmo intervalo de tempo.

Em agosto de 2000, quando ocorreu o leilão de vendas das ações, somente 317 mil trabalhadores optaram por usar o FGTS para aquisição dos papéis da empresa, um total de R$ 1,6 bilhão na época.

Em 2010, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva autorizou uma segunda rodada de investimentos. Naquela ocasião, os trabalhadores puderam aplicar até 30% de seu saldo em papéis da estatal. Ficou vedada, contudo, a participação de quem havia vendido ações que comprou em 2000.

Até agosto de 2013 o trabalhador que optou por aplicar na companhia obteve uma rentabilidade acumulada de 84,42%. Porém, naquele mesmo ano, o mercado virou no segundo semestre e as ações perderam 15,63% de seu valor até agosto.

A queda foi proveniente da apreciação do dólar em relação ao real, que afetou diretamente a Petrobras e o grande endividamento que enfrentava a empresa. Em 2019 o fundo apresentava uma rentabilidade 798,8%, desde seu início.

FGTS e a Vale (VALE3)

Em março de 2002, o governo viabilizou R$ 1,05 bilhão em ações da mineradora. A demanda, contudo, era muito maior –  R$ 3,4 bilhões -, o que obrigou a realização de um rateio.

Os fundos dedicados às ações da Vale acumularam um rendimento médio de 1.564% até 2019, 13 vezes acima da rentabilidade do FGTS oferecida no período.

Em 2013, houve um susto grande para os investidores, e as ações perderam 14,10% no ano. As quedas se deram devido à situação delicada da China, na época, principal importadora da mineradora.

Em 2016 também houve uma queda brusca de ações, deixando os investidores de cabelo em pé.

A Eletrobras e o FGTS

Agora, chegou a vez de os trabalhadores decidirem se utilizarão seu saldo do FGTS também para comprar ações da Eletrobras.

Segundo o analista Jason Vieira, da Infinity Asset, o mercado vê esse movimento “de forma positiva, afinal o rendimento do do FGTS tem atingido somente 3% ao ano.” E acrescenta: “a compra desses papéis pode vir a ser uma possibilidade rentável para os trabalhadores.”

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