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Eletrobras (ELET3) vê melhora na comercialização e eleva aportes em resiliência de ativos

14 mar 2024, 13:38 - atualizado em 14 mar 2024, 13:38
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(Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

A Eletrobras (ELET3) tem visto uma melhora das negociações para contratação de energia de seu portfólio no mercado livre, ao mesmo tempo em que está aumentando os investimentos em resiliência da transmissão de energia como proteção a eventos climáticos extremos, disseram executivos da companhia nesta quinta-feira (14).

Em teleconferência para comentar os resultados trimestrais, a diretoria da Eletrobras mostrou uma visão mais positiva para os negócios de comercialização de energia em 2024, apontando maior interesse por parte dos consumidores em contratar o insumo no período de 2024 a 2027 depois da mudança do cenário de preços, que voltaram a subir nos últimos meses.

O presidente-executivo da companhia, Ivan Monteiro, ressaltou a aposta da Eletrobras na área de comercialização, que ganhou maior importância depois da privatização da companhia, processo que liberou grandes volumes de energia para que a Eletrobras possa vender no mercado livre brasileiro.

Segundo o diretor financeiro, Eduardo Haiama, as negociações no mercado livre estavam mais lentas no quarto trimestre do ano passado, mas começaram a acelerar neste ano.

“Muita gente que estava em aberto, de alguma forma exposto a essa condição antiga de preço mais baixo, tendeu a fechar suas posições. Isso fez com que no primeiro trimestre de 2024 tivesse uma procura maior por energia, consequentemente os preços tiveram incremento”, apontou Ítalo Freitas, vice-presidente de comercialização.

A Eletrobras sofreu com o cenário de preços de energia deprimidos nos últimos anos, devido às boas condições hidrológicas até então e à sobreoferta estrutural do sistema brasileiro, justamente no momento em que a companhia tem elevados volumes descontratados de seu portfólio.

Já Monteiro afirmou que a expansão da base de clientes da Eletrobras para comercialização de energia, que chegou a 269 clientes finais no último trimestre de 2023, ainda é “pequena” diante da ambição da companhia em ter “milhares de clientes”.

A nova estrutura de comercialização de energia da Eletrobras está pronta e vai atuar no Estado de São Paulo, acrescentou o executivo.

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Investimentos na rede

A Eletrobras está ampliando seus investimentos em resiliência de seus ativos de transmissão de energia espalhados por todo o Brasil, a fim de proteger as operações de eventos climáticos extremos e evitar interrupções no fornecimento de energia, disse o presidente-executivo.

A companhia deve manter o nível de investimentos totais para 2024 em cerca de 9 bilhões de reais, em linha com o executado em 2023, mas está elevando a participação dos aportes em “reforços e melhorias”, projetos que visam melhorar equipamentos de linhas e subestações de transmissão já existentes.

“Aproximadamente 3,2 bilhões de reais vão para reforços e melhorias… Isso conversa com questão de segurança e com a qualidade de serviço que a gente presta”, afirmou Monteiro.

“Estamos tendo uma sequência de eventos (climáticos)… que se tornou quase que uma rotina na gestão de uma companhia com o porte da Eletrobras. Nesse sentido, a gente reforça ainda mais a importância de termos essa rubrica aumentada, dilatada, para que faça frente aos eventos de natureza climática”, acrescentou.

Novos negócios

Sobre oportunidades de crescimento em outras áreas de negócio, o vice-presidente de estratégia, Élio Wolff, afirmou que a Eletrobras está trabalhando ativamente em estudos para os leilões de linhas de transmissão de março e de setembro, bem como para o leilão de contratação de potência, no qual as hidrelétricas foram habilitar a participar.

Wolff não adiantou, porém, projetos que a companhia pretende apresentar para disputar o leilão de potência, nem quanta capacidade adicional para suas usinas estima que poderá viabilizar por meio do certame.