Comprar ou vender?

Como a Eletrobras (ELET3) se livrou de um problema com venda bilionária de ativos; hora de comprar a ação?

10 jun 2024, 16:53 - atualizado em 11 jun 2024, 11:14
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Eletrobras assina acordo de venda de seus últimos ativos termelétricos para donos da JBS; JP Morgan e BBA vem movimento como positivo (Imagem: REUTERS/Brendan McDermid)

A Eletrobras (ELET3) anunciou nesta segunda-feira (10) a venda dos últimos ativos termelétricos em operação para a Âmbar Energia. Mais do que o dinheiro, porém, a transação livra a ex-estatal do problema de inadimplência da Amazonas Energia, de acordo com analistas que acompanham a companhia.

A Âmbar, que pertence ao grupo J&F — também donos da JBS — vai pagar até R$ 4,7 bilhões pelos 13 ativos térmicos envolvidos na operação. O acordo envolve um “earn-out” de 1,2 bilhão de reais e envolve o repasse imediato à Âmbar do risco de inadimplência dos contratos de energia dos ativos.

No pregão desta segunda-feira, as ações da Eletrobras (ELET3) operavam em alta de 0,76%, a R$ 36,00, por volta das 16h35.

Para Henrique Peretii e Victor Burke, que assinam relatório do JP Morgan, a venda em si tem impacto neutro. No entanto, a operação é muito positiva na redução do risco dos recebíveis da Amazonas, transferidos para a Âmbar.

A Eletrobras tem R$ 7,3 bilhões a receber da Amazonas Energia em razão de inadimplências passadas. A cada trimestre, a empresa reconhece R$ 430 milhões em perdas com a distribuidora, prejudicando significativamente os resultados.

“A transferência dos contratos significa a eliminação da perda potencial de R$ 1,7 bilhão por ano para a Eletrobras (2% do valor de mercado)”, calculam os analistas do JP Morgan.

O banco tem recomendação “overweight” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) para ELET3, com preço-alvo de R$ 54 para o fim de 2025.

“A Eletrobras é um gigante de geração e transmissão primária com fluxos de caixa relativamente previsíveis, um balanço patrimonial forte e está entrando em uma fase completamente nova após ser privatizada em junho de 2022”, afirmam os analistas.

Itaú BBA e Empiricus endossam benefício para Eletrobras

Marcelo de Sá e equipe, que assinam relatório do Itaú BBA, veem a transação como positiva para a Eletrobras, tendo em vista que a empresa se beneficiará da economia e simplificação de seu portfólio de geração, além de reduzir a exposição a Amazonas Energia, o que vem impactando o resultado da empresa trimestre após trimestre.

“A empresa estabeleceu com sucesso um quadro de transações robusto, com vantagens claras, ao mesmo tempo que abordou questões importantes relacionadas com o crédito.”

O Itaú BBA reiterou a classificação “outperfom” (desempenho esperado acima da média do mercado, equivalente a “compra”) para as ações da Eletrobras, com preço-alvo de R$ 59,56 para o fim de 2024.

No Giro do Mercado — programa ao vivo do Money Times que vai ao ar de segunda a sexta, às 12h — desta segunda, o analista da Empiricus Research Ruy Hungria destacou que a notícia de venda já era amplamente esperada no mercado, tendo em vista que a Eletrobras está nesse processo desde o ano passado.

“A grande virtude dessa transação na minha opinião é o fato de que ela se livra dos riscos de inadimplência da Amazonas Energia”, avalia. Ele complementa que a distribuidora vem passando por problemas muito grandes e devendo a cada trimestre para Eletrobras, que vinha sendo obrigada a provisionar esses valores.

Para ele, é um passo importante para dar mais previsibilidade para o resultado da companhia. Confira a análise do analista na íntegra e o porquê a recomendação segue de compra:

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