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Eletrobras (ELET3) salta com possível acordo de ganha-ganha com Governo

31 jul 2024, 12:51 - atualizado em 31 jul 2024, 12:52
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(Imagem: Reuters/Pilar Olivares)

A Eletrobras é destaque no Ibovespa nesta quarta-feira (31) em meio a notícias de que a elétrica encaminha acordo com o Governo Federal. O governo Lula questiona o fato de possuir 43% de participação na empresa, mas somente 10% no conselho, algo que foi definido em sua privatização aprovado ainda no governo Bolsonaro. Por volta das 12h29, a ação ordinária (ELET3) saltava 4,26% e a preferencial classe B (ELET6) 3,25%.

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Segundo a Broadcast, o acordo envolveria o governo trocar parte das ações que tem na Eletrobras para assumir o controle total da Eletronuclear. A estimativa, segundo a agência, é que a União transfira para Eletrobras entre 2,5% e 3% de sua participação na empresa e assuma 100% da Eletronuclear, que controla as usinas nucleares de Angra 1 e 2 e tem a obrigação de construir Angra 3.

Ainda segundo a Broadcast, o governo espera que essa troca produza um “lucro” estimado em R$ 2 bilhões para o governo federal. “Quem quer vender não pode naturalmente vender pelo preço que quer”, disse um negociador, sob reserva.

Em relatório, o Itaú BBA observa que um possível acordo parece estar avançando, o que seria “uma solução ganha-ganha” para a companhia e para o Governo Federal.

“Existem vários exemplos de ativos nucleares recentemente desenvolvidos nos EUA e na Europa que sofreram atrasos e estouros de custos. Transferir sua participação na Eletronuclear, mesmo por zero reais, ainda seria muito positivo para a Eletrobras porque remove um grande risco para a história do investimento”, disse.

A Ativa Investimentos também vê com bons olhos a notícia, restando saber o preço deste acordo, que possivelmente envolverá uma maior participação do governo no conselho da empresa.

Em entrevista ao Valor Econômico, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, também afirmou que a União estaria próxima de anunciar um acordo com a Eletrobras.

“A cessão de Angra ao governo terminaria com os provisionamentos feitos constantemente por Eletrobras. Ademais, estimamos pelo menos R$ 20 bi para conclusão do projeto e R$ 12 bi em custos de abandono, o que poderia ser evitado com a cessão do projeto à União.

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E o conselho da Eletrobras?

A grande incógnita nas falas do ministro, segundo a Ativa, está na intenção do governo em ser mais forte no conselho da empresa.

“Atualmente, o conselho é composto por nove conselheiros e acreditamos que Eletrobras poderia elevar este número para acomodar mais nomes indicados pelo governo, de forma que este não possa tomar decisões individualmente. Nossa grande dúvida é se o governo concordaria com este movimento”, coloca.

Ainda segundo a Ativa, para efetivamente fazer preço, o mercado esperará a solução a ser anunciada ao término do processo. Ademais, a Eletrobras informou que solicitará a ampliação do prazo em 45 dias, a partir do próximo dia 1/8.

“Por ora, seguimos vendo em Eletrobras uma relação risco x retorno que pode se mostrar muito benéfica ao investidor, mas que ainda carece de tração a depender do resultado final deste processo de arbitragem”, completa.