Eletrobras (ELET3): Reajuste de 130% na remuneração da administração vai impactar os dividendos?

O reajuste de 130% na remuneração da administração da Eletrobras (ELET3) não deve impactar os dividendos a serem distribuídos pela companhia nos próximos trimestres, afirma Felipe Leão, especialista da Valor Investimentos.

Segundo ele, o cálculo, feito pela consultoria Korn Ferry, já projeta os planos de negócio da empresa e, por isso, “não seria temerário à distribuição de dividendos”.

A própria companhia afirma que o estudo está alinhado às diretrizes estratégicas, contempladas em seu plano diretor de negócios e gestão 2022-2026.

A Eletrobras anunciou na terça-feira (22) que pagaria R$ 35,9 milhões para os administradores, membros do conselho fiscal e dos comitês estatutários. Para os membros da diretoria executiva, o valor é de R$ 30,5 milhões. A proposta será votada em dezembro.

Aumento de caixa à vista

O especialista da Valor explica que o indicativo para o reajuste considera a eventual redução de gastos com folha de pagamento da Eletrobras — que teria passado recentemente por um programa de desligamento voluntário —, e os destraves da privatização.

Leão afirma que, com a desestatização, a empresa se torna mais competitiva e passa a fazer frente ao mercado com margem maior. Com isso, os investidores devem esperar aumento do fluxo de caixa e da geração de lucros.

O analista da Ativa Investimentos, Ilan Arbetman, destaca que é importante saber diferenciar o preço de ter um conselho e uma diretoria fortes, do valor que essa companhia pode gerar ao acionista. “Encaramos esse aumento com naturalidade”, diz.

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Com isso, a caixa da companhia deve suportar o reajuste e os dividendos.

Os especialistas dizem ainda que o reajuste é necessário para manter principais talentos dentro da companhia, principalmente, diante de um mercado extremamente competitivo. A Eletrobras explicou que, durante os últimos sete anos, não houve reajustes na remuneração.

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