Eletrobras (ELET3): O potencial de lucro com avanço nos preços de energia em 2025, segundo o Bradesco BBI

O Bradesco BBI apontou em análise desta semana para um potencial de alta nos lucros, fluxo de caixa e dividendos da Eletrobras (ELET3) em 2025, impulsionado por um eventual aumento nos preços de curto prazo da eletricidade, de acordo com relatório disponibilizado pela Ágora Investimentos.
Segundo os analistas da instituição, a Eletrobras possui a maior exposição líquida a esses preços (Preço de Liquidação das Diferenças – PLD) dentro da cobertura do banco, estimada em cerca de 2,7 GW médios no final de 2025.
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Para o primeiro trimestre de 2025, disse o Bradesco BBI, a exposição média é de 2,7 GW, com expectativas de preços médios de PLD spot mais baixos, na ordem de R$ 100/MWh. No entanto, para o período compreendendo o segundo, terceiro e quarto trimestres de 2025, a exposição média sobe para 2,8 GW, com as expectativas de mercado para os preços à vista/de curto prazo alcançando aproximadamente R$ 330/MWh.
O cenário base do Bradesco BBI, que se alinha com o consenso de mercado da Bloomberg, prevê um preço médio de venda para a capacidade não contratada entre R$ 150 e R$ 170/MWh para o segundo semestre de 2025.
Contudo, o relatório destaca que, se a Eletrobras conseguir travar preços spot/contrato mais altos para o final de 2025, seu Ebitda ao final deste ano poderá ter um incremento entre 4% e 11% em relação ao cenário base. Consequentemente, o lucro líquido de 2025 poderia superar as estimativas do Bradesco BBI em uma faixa de 10% a 30%.
Dividendos da Eletrobras
No que diz respeito aos dividendos, o Bradesco BBI indica que, mantendo um payout de 25%, o rendimento incremental em 2025 variaria de 0,2% a 0,6%.
Caso a companhia opte por distribuir integralmente esse fluxo de caixa extra aos acionistas, o rendimento de dividendos incremental poderia variar de 0,7% a 2,2%, elevando o rendimento total para as ações ELET6 para cerca de 5% a 7% em 2025.
Um fator crucial por trás dessa perspectiva de alta nos preços é a forte reação do preço spot do PLD, que saltou de aproximadamente R$ 94/MWh em fevereiro para cerca de R$ 300/MWh em março.
Essa alta ocorreu apesar dos altos níveis dos reservatórios, com os reservatórios do Sudeste em 68% de sua capacidade.
Segundo o Bradesco BBI, essa dinâmica reflete a introdução de novos parâmetros de aversão ao risco pelos reguladores no modelo de cálculo do PLD no início de 2025. Essas mudanças incluem a representação individual de reservatórios hidrelétricos para simular o despacho, permitindo uma captura mais precisa das restrições ao uso da água (em comparação com um modelo agregado anterior).
Além disso, em cenários de chuvas fracas ou baixas, o modelo agora aciona um maior despacho de geração térmica cara, mesmo que os reservatórios estejam em níveis considerados confortáveis.
Essa reação ascendente dos preços spot do PLD também impulsionou os preços dos contratos de curto prazo para fornecimento de eletricidade no segundo, terceiro e quarto trimestres de 2025, de acordo com os analistas.
O sentimento de possíveis chuvas fracas durante a estação seca (abril a novembro) está influenciando a modelagem dos preços spot/contrato para o segundo semestre de 2025.
Ainda existe um debate significativo sobre a sustentabilidade desses altos preços no segundo semestre de 2025, lembra o banco, que destaca que a dinâmica do PLD agora parece depender mais da precipitação do que dos níveis dos reservatórios.
Caso as chuvas durante a estação seca sejam mais intensas, os preços spot no segundo semestre poderiam recuar, disse. No entanto, mesmo nessa situação, a análise do Bradesco BBI considera improvável que a queda seja inferior ao cenário base atual de R$ 170/MWh.