Eletrobras (ELET3) no caminho para dividendos? BTG Pactual vê uma combinação geradora de valor no radar
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O BTG Pactual vê geração de valor na combinação de um acordo com o governo e uma possível nova política de dividendos da Eletrobras (ELET3). O banco tem recomendação de compra para a gigante do setor elétrico, com preço-alvo de R$ 58.
Nesta semana, voltaram para o radar do mercado as negociações sobre os entraves envolvendo a governança e participação da União na empresa após sua privatização.
Apesar de uma conclusão do acordo não ter sido divulgada, agências de notícias sugerem que o governo receberá três cadeiras no conselho de administração em troca da revogação da corresponsabilidade da Eletrobras pela construção da usina nuclear de Angra 3.
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Para o BTG, um acordo reduz o risco da tese de investimento da Eletrobras, pois significaria consolidar definitivamente os direitos de limite de voto da empresa, bem como muitos detalhes de governança que a tornam uma corporation. Isso também significaria reduzir o risco de sua exposição a Angra 3.
Isso, somado a uma nova política de dividendos, destrava geração de valor e reduz riscos da tese, na visão de Gisele Gushiken e equipe.
“A Eletrobras tem sido negociada com uma volatilidade implícita muito maior do que as empresas tradicionais de serviços básicos, o que acreditamos refletir diretamente seus baixos dividendos e o processo de negociação com o governo. Sim, os preços da energia ainda apresentarão volatilidade, mas as outras variáveis potencialmente não”, ponderam.
O que esperar dos dividendos da Eletrobras?
O BTG comenta que os pagadores de dividendos são os nomes mais caros dentro da cobertura do banco, com TIRs (taxas internas de retorno) reais em média de 8 a 8,5%.
“Sempre que a Eletrobras atingir a fase de grande pagadora de dividendos, esperamos que ela seja negociada em linha com outras pagadoras de dividendos, o que representaria um potencial de valorização atraente”, colocam.
Na estimativa dos analistas, uma nova política de dividendos poderá ser anunciada juntamente com os resultados do quarto trimestre de 2024.
Apesar de avaliarem que a política em si não significará necessariamente que os dividendos de curto prazo serão elevados, mostra que a empresa estará no caminho certo para isso.