Eletrobras (ELET3) faz acordo com Âmbar para comprar linhas de transmissão e vender térmica
A Eletrobras (ELET3) informou nesta sexta-feira (8) que concluiu a assinatura de contrato para a venda do complexo termoelétrico de Candiota, o único ativo a carvão do grupo, para o grupo Âmbar Energia pelo valor de R$ 72 milhões.
A usina, localizada em Candiota, Rio Grande do Sul, detida pela Eletrobras CGT Eletrosul, possui capacidade instalada de 350MW.
A transação está sujeita a ajustes e condições precedentes usuais de mercado. Uma vez concluída, disse a Eletrobras, a operação será mais um importante marco para a companhia na busca pela redução de emissões de CO2 e meta net zero em 2030, já que Candiota representa cerca de um terço das emissões totais da Eletrobras.
Compra de ativos de transmissão
A Eletrobras informou ainda a compra das participações de 51% da Âmbar Energia em dois ativos de transmissão por R$ 574 milhões nas SPEs Vale do São Bartolomeu e Triângulo Mineiro Transmissora, detidas em conjunto com a Eletrobras.
As duas SPEs, VSB e TMT, terão dívida líquida próxima a zero na data esperada da finalização da operação, têm receitas anuais permitidas – RAPs homologadas para o ciclo 2023-2024 de R$ 49 milhões e R$ 53 milhões e concessões até out/2043 e ago/2043, respectivamente.
“Reforçamos que essa negociação é fruto de uma antecipação com otimização e melhorias dos termos de opção de compra e venda dos dois ativos”, disse a Eletrobras.
“Nessas opções, estabelecidas em 2013, a Âmbar Energia detinha o direito de vender suas respetivas participações para Eletrobras Furnas e a Eletrobras Furnas detinha o direito de comprar as referidas participações”.
A CELGpar tem um período para exercer seu direito de preferência na VSB, conforme termos do acordo de acionistas vigente.
Compra de SPEs
Outra negociação trata de uma opção de compra de 51% das seis SPEs não operacionais de geração eólica do complexo Baleia, em favor da Brasilventos Energia, subsidiária integral de Furnas, por R$ 1.
As SPEs não possuem dívida e são detentoras de direito de recebimento em uma ação de cobrança de indenização securitária. Os valores são alvo de discussão e uma vez estabelecidos, beneficiarão ambos os acionistas (Âmbar Energia e Eletrobras), uma vez que a efetivação da compra do ativo pela BVE só ocorreria após a conclusão das discussões e recebimento da seguradora, de acordo com a empresa.
“Essas iniciativas seguem em linha com o plano estratégico da companhia, que visa a simplificação da
estrutura, reduções de passivos e busca por zerar as emissões de CO2 até 2030”, disse.
Com base nos valores registrados do Complexo termoelétrico de Candiota em junho de 2023 e no valor proposto para alienação, a Eletrobras estima que apenas a transação gerará impacto contábil para a Companhia, negativo de cerca de R$ 56 milhões no 3T23.