Eletrobras (ELET3): Com baixa necessidade de investimentos, ‘Era dos Dividendos’ está próxima, projeta BTG Pactual
Chegou a hora da “Era dos Dividendos” da Eletrobras (ELET3), avaliam analistas do BTG Pactual. Para o banco, com a escala da companhia, acesso aos mercados de capitais e maturidade dos ativos, é difícil de acreditar que a elétrica encontrará oportunidades grandes e atrantes de alocação que evitem o pagamento de dividendos elevados.
Os analistas comentam que faz parte da natureza do negócio de geração e transmissão o consumo de caixa antes da maturação para ativos operacionais.
No entanto, quando os negócios amadurecem, a geração de caixa torna-se forte e recorrente. Neste sentido, afirmam: “é inevitável que a Eletrobras se torne uma grande pagadora de dividendos”.
O BTG aponta que encontrar oportunidades de crescimento é sempre uma possibilidade para empresas bem administradas como a Eletrobras. Contudo, boas oportunidades, em uma escala suficientemente grande, não são frequentes.
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“Se a empresa encontrar algo grande no futuro, ela poderá reter o fluxo de caixa. Mas com o plano de capex (investimentos) de 2024-25 em mente, não há razão para não anunciar dividendos sólidos. Os dividendos são um ótimo sinal de disciplina. E tem a capacidade de atrair mais pessoas para sua base de acionistas”, avaliam os analistas.
O banco destaca ainda o avanço recente das negociações da elétrica com o governo. Embora as informações públicas sobre o processo sejam limitadas, em relação ao que foi oferecido, contraproposto, entre outros pontos, os resultados possíveis parecem estar restrittos a algumas alternativas.
Dessa maneira, a elevada posição de caixa acumulada ao longo do tempo não é mais tão necessária, o que abre espaço para proventos.
Administração teve boas decisões
Os analistas do BTG reconhecem que a adminsitração da Eletrobras teve diversos acertos nos últimos anos. O banco destaca, em 2024, a venda de seus ativos térmicos, exposição zerada a ativos na Amazônia, incorporação da Furnas à holding, corte de custos, venda de novos contratos, entre outros.
Os analistas elogiam ainda o posicionamento da elétrica de proteção dos direitos dos acionistas na complexa — e demorada — negociação com o governo.
“Em nossa opinião, só está faltando uma coisa: dividendos. Com o pagamento antecipado ao CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) para trás, é hora de virar a página para a Era dos Dividendos. Isso deve beneficiar muito a empresa (e seus acionistas)”, afirmam os analistas do banco.
O BTG estima que a Eletrobras gere cerca de R$ 7 bilhões de caixa em 2025. Dessa maneira, tendo em vista a queda da alavancagem, os analistas acreditam que um dividendo de R$ 6 a R$ 8 bilhões se encaixaria no balanço da companhia, sem prejudicar os compromissos com investimentos e alavancagem.
“Se a empresa optar por seguir esse caminho, acreditmos que entrará em uma nova fase, muito melhor”, avaliam. A recomendação do BTG Pactual para Eletrobras é de compra, com preço-alvo de R$ 59. Esse valor representa um potencial de alta de 66% para a ação ordinária da elétrica.
Nesta segunda-feira (16), ELET3 caiu 1,35%, a R$ 35,02.