Eletrobras (ELET3): Bradesco BBI vê espaço para dividendos mais altos
O Bradesco BBI reiterou a recomendação de compra para as ações da Eletrobras (ELET3), destacando o potencial de pagamento de dividendos mais altos no curto prazo, segundo relatório disponibilizado pela Ágora Investimentos na semana passada.
De acordo com o banco, a companhia pode alcançar um payout sustentável de R$ 6 bilhões anuais já no final de 2024, impulsionado pela sólida geração de caixa e pela retirada do pagamento inicial do imposto setorial CDE nas negociações com o Governo Federal.
A instituição, no entanto, ajustou suas projeções e reduziu o preço-alvo para ELET6 de R$ 59,00 para R$ 55,00 e para ELET3 de R$ 69,00 para R$ 60,00, refletindo o aumento do custo de capital. Os payouts projetados permanecem em 25% para 2024 e 2025, com salto para 95% a partir de 2026.
A Eletrobras anunciou recentemente dividendos intermediários de R$ 2,2 bilhões referentes aos primeiros nove meses de 2024, equivalente a 24% de payout.
Para o Bradesco BBI, o valor reflete um movimento inicial para o que pode ser uma nova política de dividendos, com a possibilidade de pagamentos trimestrais sendo estudada pela administração.
O banco acredita que a privatização e a redução de riscos financeiros abrem espaço para um aumento expressivo no pagamento aos acionistas, mesmo após o término do RBSE em 2028. A estimativa considera uma relação dívida líquida/Ebitda ajustado de até 3,5 vezes e um preço conservador de R$ 115/MWh.
Além disso, o Bradesco BBI aponta a necessidade de equilibrar o pagamento entre as classes de ações ordinárias (ON) e preferenciais (PNB), com o objetivo de reduzir o spread atual de 13,6% nos dividendos esperados.
O recente pagamento ficou abaixo do nível ideal de R$ 3,8 bilhões para evitar impactos negativos nos dividendos das ON, mas há espaço para ajustes que alinhem os retornos aos acionistas das duas classes, disse o banco.
Apesar de incertezas econômicas e a possibilidade de fusões e aquisições serem fatores que podem influenciar as decisões da administração, o banco considera conservadora sua estimativa de pagamento de dividendos, sem riscos para a liquidez ou a estratégia de crescimento da companhia.