Eletrobras (ELET3): Ações entrem em leilão após fala de Lula; entenda
Depois de entrar na Justiça para reverter pontos da privatização da Eletrobras (ELET3), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) classificou de “sacanagem” o fato da União ter 43% das ações da companhia, mas não ter a quantidade correspondente de votos na tomada de decisões da empresa.
“O governo tem 43% das ações da Eletrobras, mas no conselho só tem direito a um voto […] Então nós entramos na Justiça para que o governo tenha a quantidade de votos de acordo com a quantidade de ações”, disse o presidente, nesta quinta-feira (11), em discurso no lançamento das plenárias estaduais do Plano Plurianual Participativo (PPA), em Salvador.
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Em meio às críticas do presidente, as ações ordinárias da elétrica entraram em leilão no início da tarde desta quinta. Às 15h05, os papéis da Eletrobras registravam alta de 0,56%, a R$ 36,10.
Lula ainda disse que o governo vai “brigar muito” para que a União tenha maior poder de decisão na Eletrobras. O presidente também aproveitou o discurso para marcar posição contra a privatização de outras estatais afirmando que o governo não vai “vender mais nada da Petrobras” e que os Correios não serão vendidos.
Entenda a ação do governo
A Advocacia-Geral da União (AGU) recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para questionar o modelo de privatização da Eletrobras. A liminar, na prática, pede a vedação de parte da Lei de Desestatização da empresa.
A ação no STF é relatada pelo ministro Kássio Nunes Marques, que ainda não emitiu nenhum despacho informando como vai conduzir o processo. Não há um prazo oficial para que ele apresente um encaminhamento.
Uma fonte ligada à Eletrobras, que falou sob condição de anonimato, disse que a companhia ainda não iniciou interlocução com a Corte para discutir a ação movida pelo governo, embora a empresa já tenha declarado que está avaliando as medidas cabíveis.
No STF, uma fonte considerou que o questionamento trazido pelo governo em torno de seu direito de voto na Eletrobras é “interessante e até passível de discussão”, mas não deve prosperar.
A Reuters havia mostrado em abril que o STF deveria barrar um eventual pedido do governo Lula para revisão do processo de privatização da Eletrobras, conforme dito por três fontes da corte na ocasião.
Com informações de Reuters.