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Eletrobras (ELET3): 3 riscos ao investir o FGTS nas ações da empresa

07 jun 2022, 16:13 - atualizado em 07 jun 2022, 16:26
Flat lay com mãos segurando um iPad com tabelas, um teclado de computador e elementos de escritório sobre uma mesa de madeira
Casa fala em risco de “entrar algum grupo de investidores sem experiência no setor elétrico”. Imagem: Freepik.

O período de reserva para oferta de ações da Eletrobras (ELET3) termina nesta quarta-feira (8), inclusive a possibilidade de aplicar recursos do FGTS na estatal.

A planejadora financeira CFP Rejane Tamoto lembra que o investidor precisa ter uma reserva de emergência antes de usar o recurso do FGTS em renda variável.

Tamoto afirma que o fundo é uma reserva para o desemprego e que, por isso, conceitualmente, faz parte da reserva de emergência – que deve ser de ao menos três meses de despesas, comenta.

O coordenador do Centro de Estudos em Finanças da FGV/SP, William Eid, vê equívoco na ideia de que os fundos para investir na Eletrobras com recursos do FGTS seriam “oportunidade de uma vida”.

“Se você se aposenta daqui 30 anos, então bota lá [no fundo da Eletrobras]. O rendimento de FGTS é uma porcaria. Mas, se você vai se aposentar nos próximos anos, tem muito a perder”, afirma.

Para a Levante Investimentos, são três os principais riscos do uso do FGTS na oferta da Eletrobras:

1 – Risco de a Eletrobras estar cara

A casa de análises elenca o risco de a Eletrobras estar cara. As ações da empresa subiram quase 30% neste ano, contra 6% do Ibovespa, 6% Petrobras (PETR4) e 16% da Vale (VALE3).

Nos últimos cinco anos anos, Eletrobras escalou mais de 210%, o Ibovespa ao menos 70%, Petrobras mais de 130% e Vale ao menos 220%.

A Levante cita o múltiplo preço sobre lucro (P/L) da Eletrobras a 9,7 x e EV/Ebitda a 13,1x, contra Cemig (CMIG4) a 5,1x e 4,4x e Copel (CPLE11) a 3,8x e 5,2x, respectivamente – ambas estatais.

Para a Levante, os números sugerem que investidores já anteciparam boa parte dos benefícios pós-privatização.

2 – Risco do novo grupo controlador

A Levante vê risco de “entrar algum grupo de investidores sem experiência no setor elétrico e composto por apenas financistas que querem tirar dinheiro da companhia e não se importam muito com investimentos”.

A casa, no entanto, vê como mais provável a atuação de um consórcio com um operador com experiência em empresas do setor elétrico brasileiro, financistas como fundos de pensão, holdings de investimentos e até bancos ou fundo de bancos.

3 – Risco político

A Levante lembra que a o ex-presidente Lula (PT), que é líder das pesquisas de intenções de voto, disse que é contra a privatização da Eletrobras.

“A eleição de Lula para presidente e posse em janeiro de 2023 pode trazer grande incerteza”, diz a Levante, que vê riscos como a reversão da privatização da Eletrobras.

No entanto, na avaliação da casa, a reestatização da empresa seria improvável por conta do custo, que giraria em torno de R$ 35 bilhões, e da demora jurídica.

No entanto, a casa de análises fala na possibilidade de uma tentativa de controle de tarifas via Aneel e Ministério de Minas e Energia (MME).

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