Comprar ou vender?

Elétrica com dividendos e potencial de alta de 40%: Por que comprar esta ação, segundo BB Investimentos

30 jun 2024, 11:48 - atualizado em 30 jun 2024, 17:28
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Segundo o analista, a Eletrobras pode estar no melhor dos mundos (Imagem: Pixabay)

Atualização: O potencial de alta foi atualizado para refletir o preço do fechamento da última sexta-feira (28) e não o dia em que o relatório foi publicado

O investidor que esperava que a Eletrobras disparasse após a sua privatização se frustrou. Desde o seu pico, em novembro de 2022, o papel acumula queda de 30%. Ajustes na administração e na governança, além de judicialização por parte do governo, que questiona o tamanho da sua participação na empresa, e do preço da energia no mercado livre, pesaram.

Porém, para o BB Investimento o preço da ação ordinária (ELET3) pode ultrapassar sua máxima histórica e chegar a R$ 51,10 até dezembro de 2025, o que abre potencial de alta de 42%, considerando o preço da última sexta. Em relatório de início de cobertura, o analista Rafael Dias destaca que a empresa é uma gigante verde que está acordando.

“A tese de investimento da companhia se baseia em suas características de grande geradora de energia elétrica por fontes limpas e da localização geográfica de seus ativos por todo o território brasileiro, trazendo grande potencial de sinergia com novos projetos de geração e transmissão a serem implantados no Brasil”, afirma.

Segundo o analista, a Eletrobras pode estar no melhor dos mundos. Enquanto há necessidade de se aumentar a ligação entre o Nordeste, novo expoente da geração renovável, principalmente pela fonte eólica, e o Sudeste, outras empresas se encontrarem muito alavancadas e já comprometidas com vários projetos em construção.

“Enxergamos neste segmento, a maior oportunidade no curto prazo tanto para o crescimento da companhia quanto para a otimização de sua estrutura de capital, em nossa visão, ainda conservadora”, afirma.

Neste ponto, são seis projetos de transmissão em leilões realizados entre 2022 e o primeiro semestre de 2024, bem como a expectativa de conquista de outros projetos que serão ofertados ao longo dos próximos anos.

“A forte geração de caixa operacional e baixa alavancagem posicionam a Eletrobras como forte competidora pelos novos projetos”, diz.

Para dividendos, o analista vê, por ora, o percentual mínimo obrigatório de distribuição, de 25% do lucro líquido, dado que o foco inicial da gestão está na reestruturação corporativa, societária e financeira, bem como na retomada da expansão dos ativos.

“Mas entendemos que naturalmente esse percentual deve aumentar uma vez que os segmentos de atuação da empresa são forte geradores de caixa”, coloca.

Reestruturação: O pior já passou?

Para Dias, o processo de reestruturação da empresa ao longo dos últimos anos, intensificado após sua privatização em junho de 2022, tem permitido a geração de valor de várias maneiras.

“O processo tem permitido a geração de valor de várias maneiras. A simplificação da estrutura societária permite redução de custos e ganho de sinergia operacional e gerencial”, discorre.

Além disso, o analista cita os vários ativos da empresa, que também permite a utilização de créditos fiscais e tributos diferidos em subsidiárias que não conseguiam utilizá-los por estarem muito alavancadas sem gerar lucro.

Outra frente da reestruturação em andamento é o descruzamento, compra ou venda de participações societárias que, segundo o analista, tem permitido à Eletrobras destravar valor de ativos em que não controlava o fluxo de caixa.

Em paralelo à reestruturação societária e administrativa, existe o trabalho de reestruturação de passivos para a redução do custo da dívida de empresas do grupo que estavam muito alavancadas.

“Apesar dos grandes desafios e várias frentes de ação para viabilizar o plano de reestruturação, acreditamos que essa gigante verde se levanta num momento propício para se posicionar como um dos líderes na transição energética”, conclui.

Riscos

Entre os principais riscos relacionados à tese de investimento na companhia, o analista cita:

  • Os preços de energia no mercado livre podem se manter pressionados por mais tempo por diversos motivos como: oferta de novos projetos renováveis estimulados por subsídios;
  • Provisões com empréstimos compulsórios: as negociações referentes ao passivo ligado aos empréstimos compulsórios tem trazido redução e mesmo reversão de provisões, mas não há garantia de que essa tendência seja mantida;
  • Eletronuclear e a construção de Angra III: a Eletrobras manteve participação de 68% no capital da Eletronuclear apesar de não deter o seu controle. A companhia é coobrigadaem grande parte da dívida da Eletronuclear, que precisa finalizar a construção da usina Angra III, bem como reformar a usina Angra I. O custo total dessas obras não é conhecido;

Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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