Eletrobras dispara 6% após sinal verde do Senado para capitalização
As ações da Eletrobras (ELET3; ELET6) fecharam em forte alta na sessão desta sexta-feira (18) após o Senado, por 42 votos favoráveis e 37 contrários, aprovar a capitalização da estatal.
Com isso, as ações ordinárias da elétrica subiram 5,98%, a R$ 46,22.
Como o relatório modificou a proposta encaminhada pelos deputados, a MP deve retornar à Câmara para uma segunda análise, o que deve acontecer na próxima segunda-feira, conforme previsão do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).
Pelo texto aprovado no Senado, a desestatização será executada na modalidade do aumento do capital social, por meio da subscrição pública de ações ordinárias com renúncia do direito pela União, que detém 61% na empresa e terá sua fatia diluída
A oferta de ações da Eletrobras deve levantar ao menos R$ 25 bilhões, de acordo com expectativa já divulgada por integrantes do governo, para que a empresa pague esse montante ao Tesouro em outorgas pela renovação de contratos de hidrelétricas.
Vale a pena comprar, mesmo com jabutis?
Os analistas do Banco Safra elevaram a recomendação para as ações da Eletrobras para compra após avaliarem uma chance de 100% para a privatização da estatal.
“Acreditamos que a Câmara dos Deputados deve aprovar o projeto dentro do prazo da MP e também avaliamos que a privatização deve ser implementada com sucesso em 2022″, explica Daniel Travitzky em um relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (18) e obtido pelo Money Times.
Ele explica que os benefícios da privatização superam os desafios trazidos por alguns “jabutis” da MP e que os preços atuais das ações parecem atraentes.
“O principal risco para nossa tese é o tempo para a conclusão da privatização. O cronograma esperado é o primeiro trimestre de 2022, mas a eleição do próximo ano pode atrasar o processo, trazendo volatilidade”, aponta Travitzky.
R$ 17 no preço da ação
Já o Bank of America estima que a privatização da Eletrobras pode adicionar até R$ 17 ao preço-alvo R$ 47 para as ações ordinárias.
Segundo um relatório enviado a clientes nesta sexta-feira (18) e obtido pelo Money Times, apesar de alguns termos indesejáveis na lei, como obrigações de expansão de capacidade, privatização também é vista como muito positiva para o setor.
Os analistas Arthur Pereira, Murilo Freiberger e Gustavo Faria citam uma melhor dinâmica de preços de energia (especialmente no mercado regulado) e uma menor percepção de risco sobre o setor.