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Eletrobras dá de ombros para crise hídrica; investidores ainda temem risco político, mesmo com privatização

12 ago 2021, 18:16 - atualizado em 12 ago 2021, 18:19
Eletrobras ELET3
A Eletrobras reportou custos de energia superiores aos previstos em função do aumento no preço da energia comprada para revenda, encargos e combustível (Imagem: Reprodução)

A Eletrobras (ELET3), maior empresa elétrica do Brasil, conseguiu passar muito bem pela crise hídrica no segundo trimestre, apesar do aumento de custos devido a compra de energia elétrica.

Entre abril e junho, a estatal viu o seu lucro subir 601%, para R$ 2,5 bilhões.

Segundo a Ativa, mediante a uma reversão anual de 307% no resultado financeiro líquido por conta da variação cambial e dos ganhos com derivativos, o lucro líquido da companhia superou a projeção em 18,1%.

Já para o Safra, a cifra foi 34% acima do projetado e 16% maior que o consenso. “O momento e os riscos do processo de privatização continuam sendo o tema principal da empresa”, argumenta.

Apesar disso, a Eletrobras reportou custos de energia superiores aos previstos em função do aumento no preço da energia comprada para revenda, encargos e combustível.

“A elétrica tem uma confortável posição perante a crise hídrica, bem como a confortável posição atual de alavancagem”, observa o analista Ilan Arbetman, da Ativa.

Em geração de energia, os investimentos foram de R$ 483 milhões, dos quais R$ 154 milhões em manutenção e R$ 329 milhões em implantação.

Deste total, R$ 250 milhões foram alocados em Angra 3. Já em transmissão, foram investidos R$ 277 milhões, sendo R$ 213 milhões destinados a reforço e melhorias.

Para o Itaú BBA, a Eletrobras reportou bons resultados de transmissão, principalmente devido a revisão tarifária concluída em 30 de junho que inclui as tarifas a parcela do pagamento da RBSE referente à remuneração do custo de capital próprio (Ke)

O que esperar da ação?

Segundo o BTG, a ação está descontada, com um upside relevante aos preços atuais no cenário de privatização.

“Apesar de acreditarmos que o processo está dentro do programado, aparentemente o tamanho da oferta e as incertezas políticas fazem com que os investidores não comprem o papel ainda”, completa. 

Desafiador

O cronograma para capitalização da Eletrobras é “desafiador”, com uma série de etapas a serem cumpridas até a operação de privatização estimada para fevereiro de 2022, disse o presidente-executivo da companhia, Rodrigo Limp, mas demonstrando confiança de que o “follow-on” ocorrerá dentro do prazo.

“É um cronograma desafiador, muitas etapas para serem concluídas até chegar na operação em si. Mas estamos confiantes na realização da operação neste cronograma”, declarou ele nesta quinta-feira, durante teleconferência com investidores para comentar os resultados do segundo trimestre da elétrica, cujo lucro disparou para 2,5 bilhões de reais.

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