Elétricas mais caras? BBI corta recomendação de duas ações com evento esperado para a semana
O Bradesco BBI cortou a recomendação de duas ações do setor elétrico. O rebaixamento é tático e acontece antes do início das discussões de renovação de concessões, explica a corretora.
Equatorial Energia (EQTL3) e Energisa (ENGI11) ganharam recomendação “neutro”, de “compra” anteriormente. Francisco Navarrete, do BBI, e Ricardo França, da Ágora Investimentos, destacam em relatório divulgado nesta segunda-feira (19) que os papéis subiram em torno de 16%, em linha com o Ibovespa, e negociam agora com TIRs (taxa interna de retorno) mais apertadas – 8,5% para Equatorial e 9% para Energisa.
Além dos valuations mais caros, deve acontecer nesta semana uma audiência pública promovida pelo Ministério de Minas e Energia para debater regras da renovação de concessões do setor elétrico, o que deve afetar as distribuidoras.
“As discussões podem causar alguma instabilidade no início, pois o governo pode propor quid pro quo estender a concessão para cobrar um “capex social” obrigatório (não adicionado ao RAB – base de ativos regulatórios)”, afirmam os analistas.
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O BBI levanta a possibilidade de o problema da eliminação dos incentivos fiscais SUDÃO/SUDENE voltar a aparecer, embora veja isso como improvável. Nesse cenário, se confirmado, as empresas mais afetadas seriam Neoenergia (NEOE3), com perda de 12% do valor de mercado, Energisa (-11%) e Equatorial (-10%).
Apesar da volatilidade que o evento pode causar para o setor, o BBI está construtivo com a forma como o processo irá terminar. Os analistas reforçam que as distribuidoras têm “sólidos argumentos técnicos” para contra-atacar quaisquer medidas propostas.
“Por seu lado, as distribuidoras também têm a necessidade do setor continuar a investir para melhorar a qualidade do serviço, o que interessa ao poder concedente”, acrescentam Navarrete e França.