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Eleições: Vender ação da Petrobras (PETR4) agora pode ser uma furada, diz Bradesco BBI

08 fev 2022, 16:49 - atualizado em 08 fev 2022, 16:49
Petrobras
Para quem está posicionado em ações da Petrobras, o melhor é segurar o papel por enquanto, sugerem analistas (Imagem: REUTERS/Sergio Moraes)

Vender as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) agora por conta das eleições pode ser uma furada, afirma o Bradesco BBI, em relatório enviado a clientes.

Segundo os analistas Vicente Falanga e Ricardo França, para quem está posicionado em ações da Petrobras, o melhor é segurar o papel por enquanto. 

Para sustentar a tese, a dupla levanta dois motivos:

  1. hoje, há um alto custo para sair da Petrobras mais cedo, que é um dividend yield de 20% ou mais estimado para 2022. Portanto, esperar que o cenário político se desenvolva melhor não é tão prejudicial quanto nas eleições passadas; e
  2. diferente das eleições anteriores, o mundo está enfrentando uma tendência hawkish (políticas monetárias mais restritivas), o que torna as oportunidades alternativas de ações mais escassas. Para os analistas, a Petrobras tem elementos de valor e duration que são positivos nesse cenário.

“Com base nessas duas variáveis, realizamos uma análise de sensibilidade do valor justo da Petrobras. Concluímos que, se nada mudar nas políticas atuais sob um próximo controlador, as ações da Petrobras podem valer R$ 58/ação, mas, em um cenário de baixa, as ações podem recuar para R$ 19,50”, argumentam.

Dessa forma, calculam os analistas, o “risco de alta“ é de 69% e 15% de dividend yield ante um “risco de queda” de 43% sem dividendos.

“Outra questão fundamental é sobre a manutenção dos avanços que a Petrobras teve em termos de governança, mas achamos que essa discussão deve se intensificar somente após as eleições”, concluem.

Preços da Petrobras estão 12% defasados

Com a alta do câmbio e dos preços de referência da gasolina e do óleo diesel no mercado internacional, a defasagem dos preços praticados pela Petrobras no mercado interno já atingem 12%, informou o presidente da Associação Brasileiras dos Importadores de Combustíveis (Abicom), inviabilizando importações.

As ações da Petrobras caíam na sessão desta terça-feira (8) com a derrocada do petróleo, que exibia queda de 2,56%.

A queda no preço da commodity veio após sinais de uma evolução das negociações de um possível acordo nuclear do Irã.