Eleições não turvam visão sobre Banco do Brasil (BBAS3); por que analistas recomendam a ação?
Anos de eleições costumam pressionar ações de empresas estatais, mas 2022 tem se mostrado uma exceção até agora.
Petrobras (PETR4) e do Banco do Brasil (BBAS3) não só acumulam valorização no ano, como a alta de seus papéis é forte – respectivamente, +56,28% e +43,65%.
No caso do BB, analistas continuam construtivos com a tese de investimento da companhia, que recentemente realizou seu evento anual com investidores.
Apesar das incertezas envolvendo o cenário político brasileiro, o Safra destaca, em relatório divulgado na semana, que o banco possui decisões colegiadas e acionistas minoritários, além da obrigatoriedade de os diretores estatutários serem de dentro da instituição.
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Na avaliação do Safra, as perspectivas para 2022 e 2023 pendem mais para o lado otimista, com a inadimplência devendo se manter controlada no curto prazo, apesar da possibilidade de ligeira deterioração nos próximos trimestres.
“Estruturalmente, a inadimplência não é nossa grande preocupação quando olhamos para o Banco do Brasil, dado seu mix de crédito com posicionamento ainda muito defensivo, apesar da recente movimentação para linhas mais arriscadas no segmento de pessoas físicas, devido à alta parcela do agronegócio e corporativo”, afirma.
“Além disso, o BB possui um índice de cobertura confortável (271% no segundo trimestre de 2022)”, completa o Safra.
A equipe de análise da instituição ainda diz que, no quesito controle de despesas, o banco segue “fazendo a lição de casa”, com boas perspectivas de melhoria de eficiência.
Iniciativas digitais
O BB tem se empenhado em repaginar suas operações, mostrando avanço em sua agenda digital, mas sem deixar de lado o modelo físico.
A estratégia “figital” do banco reflete a entrega de produtos e serviços digitais, seja no aplicativo ou por modelos de análise de dados na cessão de crédito, afirma o Inter Research, que também participou do Investor Day.
“Além disso, ressaltamos que o BB, desde a implementação do Pix, tem orientado todos os novos processos em nuvem, priorizando a eficiência deste modelo nos sistemas e no Open Finance. O banco tem liderado a adoção e desenvolvimento no país, utilizando um modelo com 100% da arquitetura de dados organizada e disponível em ambiente big data”, acrescenta.
O Inter acrescenta que, como reflexo do Open Banking, o BB lançou o “Minhas Finanças Multibanco”, com cerca de R$ 8 bilhões em saldos consolidados com outros bancos, resultando em uma oferta totalmente personalizada para cerca de 90% dos clientes que disponibilizaram seus dados.
Ainda descontada
Apesar da valorização em 2022, as ações do Banco do Brasil continuam atrativas, na opinião do Safra.
Analistas destacam que o banco está rodando com “um grande desconto” em comparação com seus pares (3,8 vezes P/L (preço sobre lucro para 2023 vs. aproximadamente 7 vezes da média dos principais pares privados) e com sua média histórica de 10 anos (de 6,4 vezes).
Outro aspecto positivo levantado pelo Safra é o dividend yield (rendimento do dividendo).
“Esperamos que o BB distribua um dividend yield de 9,7% e 12,7% para 2022 e 2023, respectivamente”, afirma.
O Inter diz que o Banco do Brasil tem apresentado resultados “surpreendentes” em 2022, o que levou o ROAE (retorno sobre o patrimônio líquido) a um nível semelhante a dos pares privados.
O Inter ressalta, no entanto, que o BB tem buscado alavancar mais seu resultado com um mix de carteira mais rentável, o que deve elevar a inadimplência.
“Por isso, entendemos que para o longo prazo, caso o banco continue crescendo em linhas de crédito mais arriscadas, podemos ver um reflexo de maior margem financeira, que é suportada pelo alto indicador de cobertura do banco e a boa qualidade geral da carteira”, comenta a instituição.
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O Inter tem recomendação de compra para o nome, com preço-alvo ao fim de 2023 de R$ 54 ao fim de 2022.
A recomendação do Safra também é de compra, com preço-alvo de R$ 61 para 2023.
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