Eleições: Lula ou Bolsonaro governarão país melhor em 2023, diz ex-presidente do BC
Os desígnios do presidente eleito em outubro não são maus para o país que emerge das eleições, seja quem for o vencedor nas urnas. Para o ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da Rio Bravo Investimentos, Gustavo Franco, o maior risco eleitoral para o mercado financeiro está relacionado a perturbações no fluxo da disputa.
“O placar e o vencedor parecem menos importantes que a realização completa do jogo”, afirma Franco, no relatório mensal da gestora. Ou seja, após a corrida presidencial entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL), as atenções se voltam para as intenções do governo eleito – ou reeleito.
E o Brasil que o petista ou o atual presidente encontrarão tem uma perspectiva mais animadora para 2023, principalmente por causa dos indicadores econômicos. “O fato é que a inflação cedeu, o mercado de trabalho está forte e as projeções para o PIB têm melhorado”, resume o gestor e ex-BC.
Para Franco, a tendência nos dados de atividade é positiva. Com isso, “a indicação é de uma aterrissagem boa para o próximo presidente, seja quem for”, avalia.
Eleições ressuscitam “herança maldita”, mas ela existe?
Porém, o gestor reconhece que talvez possa surgir o tema da “herança maldita”. O termo foi usado por Lula em 2002 para atacar o que herdou do governo Fernando Henrique Cardoso, quando o petista foi eleito pela primeira vez.
“O tema só não é suscitado no evento de reeleição, já que os presidentes reeleitos não são dados à autocrítica”, ironiza Franco, na carta, referindo-se a uma eventual vitória de Bolsonaro.
Questão fiscal
Considerando-se uma análise geral da situação econômica do Brasil, Franco avalia que a “herança” atual terá de ser discutida no âmbito da responsabilidade fiscal. “Sempre é possível aterrorizar as pessoas com os riscos fiscais no Brasil”, afirma.
Ele cita as “imensas tentações” no terreno das despesas do governo e a possibilidade de revogação do teto dos gastos. “Há uma agenda interessante de redefinição da ‘âncora fiscal’ e os candidatos têm sido receptivos a esta agenda”, ressalta o gestor na carta de estratégias da Rio Bravo.
Independente de nomes e de qual herança é mais maldita – se a atual ou a de 20 anos atrás – a situação fiscal é difícil. Ainda assim, Franco reconhece que o ano eleitoral não foi o desastre fiscal que se previa.
Porém, desempenho passado não é garantia de resultados futuros. “De modo que não se pode afastar os riscos fiscais para 2023”, diz.
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